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Curiosidades / Personagem

Elemento secreto: Shakespeare amava maconha e fumava a erva no cachimbo

Encontrados nos jardins do dramaturgo, os cachimbos apresentaram resíduos da erva, evidenciando uso corriqueiro por parte de Shakespeare

André Nogueira Publicado em 07/02/2020, às 08h00

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Shakespeare em uma de suas pinturas oficiais - Getty Images
Shakespeare em uma de suas pinturas oficiais - Getty Images

Ao contrário do que o senso comum costuma acreditar, a maconha nem sempre foi proibida e vista como um "grande perigo". Muito antes do consumo da cannabis ser perseguido, um dos mais famosos dramaturgos do neoclassicismo consumia a planta.

Há muito tempo se fala sobre o uso da maconha na Inglaterra elisabetana. Isso porque a planta demonstrava benefícios para o potencial criativo dos artistas. Recentemente, pesquisadores sul-africanos realizaram pesquisas nos jardins de William Shakespeare e concluíram que diversos cachimbos encontrados em sua casa, teoricamente usados para fumar tabaco, possuem vestígios da planta.

Durante as escavações, 24 fragmentos de cachimbo desenterrados na casinha de Shakespeare, em Stanford-upon-Avon, passaram por uma análise química. Como resultado, 8 deles revelaram presença da maconha. É evidente a possibilidade dos objetos não terem pertencido ao dramaturgo, entretanto, é  crível que esse material seja de consumo direto de Shakespeare durante o seu processo criativo ou recreativo. 

Cachimbos de Shaespeare encontrados / Crédito: Divulgação

A descoberta pode trazer mais argumentos para a questão do papel e do potencial da cannabis durante o processo criativo e artístico. Em um de seus Sonetos, (número 76), Shakespeare faz referência à “invenção de em uma erva notável”, indicando não somente o uso, mas também o apelo à erva no processo criativo da escrita: a maconha possui efeito de expandir a capacidade reflexiva e de visão do mundo.

E é importante refletir que não se trata de um consumo escondido ou um caso isolado de uso do psicoativo canabinoide por parte do escritor. Se tratando da Inglaterra durante o século 17, a maconha não era demonizada e nem mesmo existiam grandes conflitos entre o consumo de drogas com o pensamento e a moral cristã.

Na época de Elizabeth, a cannabis era a segunda cultura agrícola mais plantada da Inglaterra, atrás somente do trigo, produto base da alimentação dos britânicos.

Shakespeare foi um dos mais importantes escritores de peças de teatro do renascimento, responsável por obras como Romeu e Julieta, MacBeth e O Mercador de Veneza e Hamlet. Suas peças retomam conteúdos da Antiguidade Clássica, remasterizados sob a visão do mundo político em formação na Europa Renascentista, marcado pela autofagia do Estado e pela violência.

O que é possível se discutir a partir dessa afeição do dramaturgo à cannabis, são os níveis de influência e de importância dos efeitos da maconha na criação da obra shakespeariana.