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Curiosidades / América Latina

Villa Epecuén: a Atlantis argentina que abriga uma única pessoa

Conheça a pequena vila turística que ficou totalmente submersa nos anos 80. Quando a água baixou, só um de seus moradores retornou

Vinícius Buono Publicado em 04/09/2019, às 11h00

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A vila ainda submersa, mesmo com a água já baixando - Reprodução
A vila ainda submersa, mesmo com a água já baixando - Reprodução

No início da década de 1920, nas margens da Laguna Epecuén, uma lagoa salgada na Argentina a pouco mais de 500 km de Buenos Aires, iniciou-se o desenvolvimento da Villa Epecuén.

O vilarejo surgiu para atender a demanda de turistas que visitavam o em busca de supostas propriedades curativas do lago. A concentração de sal na água, dez vezes superior à do mar, atraía pessoas que pretendiam curar depressão, reumatismo e até cansaço físico e psicológico.

Crédito: Reprodução

Assim, a vila se desenvolveu e se manteve por seis décadas. As linhas férreas facilitavam o transporte da capital até o local e a população fixa chegava a 1.500 pessoas, que atendiam as 25.000 em busca das famosas águas terapêuticas.

Em 1985, porém, uma seicha — onda gerada em reservas estacionárias de água, geralmente por ressonância — destruiu os diques e proteções que cercavam a lagoa e a água invadiu a cidade. O nível começou a subir rapidamente, as pessoas tiveram que evacuar o local e, em pouco tempo, a Argentina ganhou a sua própria Atlantis.

A cidade permaneceu completamente submersa por 24 anos até que, em 2009, o nível da água baixou sem maiores explicações. Vieram à tona as antigas edificações, completamente destruídas.

Dos 1.500 antigos habitantes, apenas um voltou. Nascido em 1930, Pablo Novak foi o único bom filho que à casa tornou, ainda que esta estivesse coberta pelo sal deixado pela água. Em 2013, sua história virou até documentário, Pablo’s Villa (A Vila de Pablo, em tradução livre). Segundo o próprio, ele gosta de viver ali, pois se lembra de como era a vida nos anos 70 e 80.

Dez anos depois e com a água já baixa, Pablo, já beirando os 90 anos, segue sendo o único morador de sua Atlantis particular. Se isso é solidão ou liberdade, só ele pode responder.