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Curiosidades / Egito Antigo

Qual é a história por trás da 'múmia que grita'?

Homem mumificado com a boca aberta teria sido o assassino de um faraó importante do Egito Antigo; entenda!

Ingredi Brunato Publicado em 19/03/2020, às 07h00 - Atualizado em 11/08/2023, às 16h51

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A impressionante múmia que grita - Divulgação/Ministério das Antiguidades do Egito
A impressionante múmia que grita - Divulgação/Ministério das Antiguidades do Egito

Aquela que foi apelidada de "a múmia que grita" foi descoberta por arqueólogos em 1881, em uma tumba pertencente ao complexo de sepulturas de Deir Elbari — que é um sítio arqueológico localizado no Egito.

Foi apenas em 2018, no entanto, que os pesquisadores foram capazes de revelar a identidade dos restos mortais, que remontam ao período do reinado do faraóRamsés III (1184-1155 aC). 

Anteriormente classificado simplesmente como "homem desconhecido E", o indivíduo mumificado, na verdade, era o príncipe Pentawere, filho de Ramsés III e Titi, uma das esposas do governante

O descendente do faraó, que tinha entre 18 e 20 anos de vida quando faleceu, teria sido também ninguém menos que o mandante da morte de seu pai, tendo conspirado com sua mãe para que a figura de autoridade fosse morta. Vale mencionar aqui que, de acordo com uma análise da múmia do governante realizada em 2012, ele, de fato, teve sua garganta cortada.

Fotografia da múmia de Ramsés III / Crédito: Getty Images

Uma história sangrenta 

De acordo com informações repercutidas pelo Live Science, um grupo de cientistas descobriu, após fazer uma análise comparando amostras das múmias de ambos, a ligação sanguínea entre o "homem desconhecido E" e o rei egípcio. 

Um detalhe que chamou a atenção da equipe, contudo, é que o enterro do indivíduo era repleto de detalhes inusuais: seu corpo foi envolto por peles de carneiro, por exemplo, um material que era considerado impuro para a realização de rituais desse tipo pela civilização egípcia. 

Além disso, ele não foi submetido ao processo tradicional de embalsamento empregado pelas pessoas da época, em vez disso apresentou uma mumificação natural. 

Essas características, contudo, são explicadas quando se leva em conta que a apelidada "múmia que grita" é Pentawere, que cometeu patricídio ao orquestrar o assassinato do faraó. Devido às suas ações, ele seria indigno dos rituais funerários usuais. 

Fotografia da múmia que grita / Crédito: Divulgação/ Ministério de Antiguidades do Egito

Papiro Judicial de Turim

Evidências adicionais para o evento histórico podem ser encontradas ainda no Papiro Judicial de Turim, um antigo manuscrito que registra os julgamentos após o atentado contra a vida de Ramsés III.

De acordo com o documento, o príncipe "foi trazido porque estava em conluio com Titi, sua mãe, quando ela tramava os assuntos com as mulheres do harém". Outro trecho, por sua vez, revela como foi a morte de Pentawere:

[Ele] foi colocado diante dos mordomos para ser examinado; eles o consideraram culpado; eles o deixaram onde estava; ele tirou a própria vida", diz o papiro, também segundo o LiveScience. 

O método usado pelo homem para cometer o suicídio, no entanto, não é especificado pelo manuscrito. Também não é claro se ele estava gritando quando morreu, ou se a expressão que séculos depois lhe renderia o apelido de "múmia que grita" foi criada pelas pessoas que o enterraram ao deixarem o corpo com os músculos tensos.