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Vitrine / Crimes

Obra revela o lado B de Mary Bell, a assassina mirim

Por que crianças matam, de Gitta Sereny apresenta fatos inéditos da vida íntima da garota que foi condenada a prisão perpétua aos 11 anos

Victória Gearini Publicado em 06/05/2020, às 20h53

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Bilhete de Mary Bell confessando um dos crimes - Creative Commons
Bilhete de Mary Bell confessando um dos crimes - Creative Commons

Considerada uma das assassinas mais jovens da História, Mary Bell foi julgada e condenada, em1968, pelo assassinato de dois meninos em Newcastle upon Tyne, na Inglaterra. Na época, com apenas 11 anos, a garota já era chamada como a encarnação do mal. No entanto, a jornalista Gitta Sereny, responsável por fazer a cobertura do julgamento da criança, a interpreta de outra forma.

Lançada em 2019, pela Editora: Vestígio, a obra Por Que Crianças Matam – a história real de Mary Bell, conta a trajetória completa e em detalhes da assassina mirim Mary Bell. Em 1968, a jovem e sua amiga, Norma Bell foram presas após serem acusadas pelos assassinatos de dois meninos de 3 e 4 anos, mas somente Mary foi condenada à prisão perpétua.

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Crédito: Divulgação / Amazon

Segundo a autora Gitta Sereny, o julgamento foi repleto de sensacionalismo, direcionado pela mídia, que a transformou em um ser diabólico. Ao longo dos anos, Mary passou por diversas prisões, mas nenhuma era apta em receber uma criança condenada por assassinato e com o psicológico extremamente perturbado.

“De fato o crime — roubo, incêndio, agressão armada, estupro, homicídio culposo e doloso (geralmente cometido por crianças cada vez mais novas) — aumentou de tal maneira em todo o mundo ocidental que pessoas esclarecidas estão fazendo perguntas duras”, explicou Gitta Sereny. 

Após 27 anos do fatídico episódio, Mary Bell aceitou dar entrevista para a jornalista Gitta Sereny, resultando na obra Por Que Crianças Matam – a história real de Mary Bell (2019). Neste livro, a réu revela fatos inéditos sobre a sua infância conturbada, detalhes sobre os homicídios e os tenebrosos 12 anos de detenção. 

Embora Mary Bell tenha sido condenada à prisão perpétua, o regime a qual foi submetida não necessariamente era fechado, pois ao longo dos anos ela foi obrigada a passar por inúmeras avaliações psicológicas que estabeleceram se ela estava apta ou não a viver em sociedade.

Mary Bell revela, ainda, que teria sofrido inúmeros abusos sexuais na infância, inclusive com o consentimento de sua mãe. No entanto, ao longo da obra, deixa claro que embora tenha sofrido atos terríveis e hediondos, não são justificativas para seus crimes, se responsabilizando e assumindo a sua culpa.

“Como sua história deixa claro, quando cometeu o terrível ato de matar dois bebês trinta anos atrás, ela estava no limite, após anos de abuso e sofrimento praticamente ininterruptos nas mãos da mãe. Isso não é desculpa, no meu ponto de vista e no dela”, esclareceu a autora.     

Depois de muitos anos de terapia e em negação, Mary foi capaz de conversar de forma aberta sobre o que fez no passado, deixando claro que este fardo a persegue diariamente. Segundo a réu, a culpa teria aumentado logo após o nascimento de sua filha.

Por meio de conversas intensas realizadas ao longo de 5 meses, Mary Bell, junto com a autora, traçam um perfil minucioso da criança que ela era até a pessoa que se tornou hoje em dia, de forma que faça o leitor a pensar qual é a responsabilidade afetiva e social da sociedade, que leva crianças a atingirem seus limites. 

Confira um trecho da obra Por Que Crianças Matam – a história real de Mary Bell (2019): 

“A primeira vez que vi Mary Bell foi no dia 5 de dezembro de 1968, no Moot Hall, em Newcastle, onde aconteciam os tribunais itinerantes. Ela então com 11 anos, e sua amiga  Norma Bell, dois anos mais velha — e era, de fato, excepcionante bonita, com cabelos curtos e escuros e olhos de azul intenso. Eu voltei a vê-la diversas vezes nos anos seguintes enquanto ela ainda era criança. A última vez foi quando tinha 13 anos, no verão de 1970, dois anos após o início de sua detenção.

Vinte e cinco anos e meio depois, em novembro de 1995, quando sentamos em uma pequena sala no norte da Inglaterra para discutir a viabilidade deste livro, ela me disse que se lembrava da última ocasião — não por minha causa, mas porque a mãe dela tinha ficado zangada ao vê-la conversando comigo. ‘Muito zangada!’, ela disse”.


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