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Curiosidades / Entretenimento

Mais de 100 anos: conheça os primeiros super-heróis da história do cinema

É um avião? É um pássaro? Não, é o Judex! Se engana quem pensa que heróis só ganharam as telas em 1966

Coluna - Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 27/03/2021, às 09h00

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Imagem promocional do filme Judex - Divulgação/CFFP
Imagem promocional do filme Judex - Divulgação/CFFP

Foi no ano de 1934 que nasceu a DC Comics e em 1939 que a Marvel Comics fez sua estreia no mundo. Mas apenas em 1966 que Batman: O Homem Morcego, interpretado por Adam West, ganhou as telas do cinema. Então, foi neste ano que os super-heróis começaram sua saga no cinema, certo? Errado!

Muito antes do contexto do universo dos super-heróis como conhecemos hoje, antes de Batman, Superman ou mesmo Capitão América, existiram outros que são incontestavelmente os grandes precursores do combate à vilania.

Judex

O primeiro herói a invadir o telão foi o Judex (juiz em latim), em 1916, dirigido pelo cineasta Georges Franju, o filme foi produzido em 1914 e adiado por conta da Primeira Guerra Mundial. Talvez algumas gerações que vão ler este artigo nem imaginam quem seja este sujeito.

Sem poderes sobrenaturais, estrelado pelo ator René Cresté, era um justiceiro que tinha sua identidade secreta, e o seu nome quando não estava combatendo o crime era Jacques de Tremeuse.

O personagem se escondia atrás de um chapéu de aba e um manto escuro. Defendia os inocentes e tinha apetrechos com tecnologias avançadas (para a época) para brigar com os vilões mais temidos. Seu esconderijo era uma caverna, que ficava embaixo de seu castelo. Qualquer semelhança é mera coincidência? Nada se cria, tudo se copia?! Calma que continua.

Seu pai está morto, o suicídio aconteceu depois de um banqueiro acabar com a renda da família, e sua mãe o fez jurar vingança em cima do túmulo do marido. E assim, começa a história do primeiro justiceiro dos cinemas, com direito a paixonite pela filha de seu inimigo.

Se for reparar muito bem, algumas características de heróis mais conhecidos, provavelmente, foram inspiradas em Judex, como o Batman – que dispensa anotações, e o Sombra é inspirado em sua aparência física e roupas.

Zorro

Hi-Yo Silver! Outro marco importante para que os homens valentes que combatem o crime ganhassem notoriedade nas histórias contadas por diretores e roteiristas. Foi ao cinema pela primeira vez em 1920 e enraizou no coração das meninas da época amores platônicos, e por muitos anos encantou gerações.

Criado pelo escritor norte-americano Johnston McCulley, Zorro é mais um mascarado que defende os fracos e oprimidos, que em suas histórias se caracterizam por plebeus e os povos indígenas. De trajes pretos, chapéu (um sombrero cordobés), sua assinatura é um “Z” estilizado que deixa por toda parte, inclusive rasgado nas roupas dos vilões que ficam no chão, amarrados e prontos para serem encarcerados.

Como qualquer justiceiro, ele não é lá tão querido pela delegacia da comunidade, o Xerife sempre propõe uma recompensa altíssima pela sua cabeça, mas o nosso herói montado em seu cavalo preto, que se chama Tornado, sempre debocha das autoridades, aliás, ele pode ter sido o primeiro debochador inveterado da história da sétima arte.

Artes circenses, habilidade com rapieira, entre outras armas manipuladas com as mãos, Don Diego Vega (sua identidade secreta) era filho de família rica, proprietários de terras na Califórnia, salvou sua cidade das mãos de um ditador opressor, foi assim que começou a sua jornada.

Como Don Diego, ele finge ser um mauricinho e medroso. Como Zorro, anda por tuneis que ligam sua fazenda ao seu esconderijo secreto de onde parte para as aventuras contra os inimigos que judiam de minorias.

The Curse of Capistrano, sua primeira aparição, vendeu mais de 50 milhões de cópias, após a morte de McCulley, seu criador. Ao total foram 7 filmes americanos, 5 seriados cinematográficos, 3 produções mexicanas, 34 europeias e, ufa, 1 indiana. Zorro correu pelo mundo inteiro e deixou um legado.

Curiosidade, na história original, Batman é fã do “Cavaleiro Galanteador”.

Os grandes passos para atualidade

Depois desses dois ícones, a história do cinema compartilhou as famosas revistas Pulps, com o The Spider’s Web, em 1938, que inclusive o personagem usava roupas parecidas com o nosso aranha favorito. Até os anos 50, essas adaptações eram apresentadas como séries cinematográficas antes das produções principais das salas de cinema, obrigando o público a voltar na semana seguinte pela curiosidade.

Quando o conceito teve um alinhamento a partir do surgimento das famosas HQs, os heróis que a maioria conhece, começaram a surgir, como Batman (1943), Superman (1951), Capitão América (1944), entre outros que construíram o pódio para os maiores em bilheteria da atualidade.

O filme de 1951, o Super Homem e o Homem Verruga, apesar de hoje acharmos que seria um filme um tanto peculiar e descabido, abriu as portas de forma definitiva para o gênero.


Sobre o cineasta

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.