Após sua morte, o revolucionário soviético foi colocado lado a lado de Lenin em seu túmulo bem preservado. No entanto, ele não permaneceria muito tempo no local
Redação Publicado em 09/07/2020, às 08h00
Por muito tempo, Stalin chegou a ser considerado um dos mais importantes representantes do comunismo no mundo por sua atuação na liderança da União Soviética. Ao lado dele na ideologia, estavam Marx, Engels, e Lenin. Sua posição de glória na Rússia, porém, não durou muito tempo.
Quando Stalin morreu, ele foi colocado junto a Lenin em seu grande Mausoléu, localizado na Praça Vermelha, em Moscou. Seguindo os passos de seu antecessor, não foi estranho imaginar que eles permaneceriam preservados lado a lado aos olhos dos curiosos que quisessem visitá-los após a morte. No entanto, bastou pouco tempo para que essa decisão fosse questionada.
Em 1953, Nikita Khruschov ascendeu ao poder no território soviético e começou um processo que foi denominado de “desestalinização”, que consistia em apagar o culto à personalidade do tirano do imaginário russo. Foi assim que, em 1956, o governo começou a eliminar tudo que fizesse referência a Stalin de todos os lugares — nada surpreendente que ele também fosse retirado do famoso Mausoléu.
A campanha anti-stalinista fez com que seu corpo fosse removido do local em que estava anteriormente, vizinho a Lenin. Passou-se a propagar a ideia de que ele havia “traído” os ideais de seu precursor, assim como toda a União Soviética com seu autoritarismo e tirania.
"A traição de Stalin ao legado de Lenin, o abuso de poder por ele empreendido, a repressão em massa contra cidadãos soviéticos honestos tornam inaceitável manter o caixão que contém seu corpo no Mausoléu de Lenin", lia-se em um comunicado de porta-voz do governo na época.
Assim, em 1961, a múmia do revolucionário foi expulsa do túmulo compartilhado. A decisão de expurgo foi tomada e implementada rapidamente por receio do governo russo, que temia que o povo pudesse intervir na ordem já estabelecida por Khruschov.
Como consequência, o corpo foi tirado do mausoléu em plena madrugada do dia 31 de outubro de 1961, e levado até um laboratório que ficava situado no mesmo prédio da sepultura. Depois disso, foi transportado para fora do local, e enterrado próximo ao muro do Kremlin, dois metros abaixo do solo, onde está até os dias de hoje.
De acordo com o cientista russo Vadím Milov, o cadáver de Stalin pode estar bem preservado em seu túmulo profundo. “Os cientistas soviéticos procuraram não apenas preservar o corpo, mas também manter sua aparência para que o falecido parecesse estar dormindo. Se o túmulo de Stalin estiver seco o suficiente, seu corpo provavelmente estará bem preservado”, explicou em entrevista ao Russia Today.
Hoje em dia, o local é denominado de Necrópole da Muralha do Kremlin, e conta com a presença de — além do embalsamado Stalin — Iuri Gagárin, cosmonauta e primeiro homem a viajar para o espaço, a jornalista, política e escritora marxista Clara Zetkin e o estadista soviético Leonid Brejnev, fora outras personalidades importantes para a ideologia comunista.
+ Saiba mais sobre Stalin por meio das obras a seguir:
Stalin, de Simon Sebag Montefiore (2006) - https://amzn.to/34CVHRf
Stalin - Boxe, Dmitri Volkogonov (2017) - https://amzn.to/2rJnzVk
Stálin: Nova biografia de um ditador, de Oleg V. Khlevniuk (2017) - https://amzn.to/2LbJISW
Stálin - Volume 1: Paradoxos do poder, 1878-1928, de Stephen Kotkin (2017) - https://amzn.to/2OBte90
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
