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Curiosidades / Napoleão Bonaparte

O que aconteceu com os esqueletos da última batalha de Napoleão?

Pesquisadores continuam levantando hipóteses para o destino dos corpos deixados pela Batalha de Waterloo; entenda a mais recente delas

Redação Publicado em 20/06/2022, às 12h07

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Pintura da Batalha de Waterloo de 1815 - William Sadler/ Domínio Público via Wikimedia Commons
Pintura da Batalha de Waterloo de 1815 - William Sadler/ Domínio Público via Wikimedia Commons

Uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Conflict Archaeology nesta sexta-feira (17), sugeriu uma nova hipótese para o destino dos corpos deixados pela Batalha de Waterloo, que aconteceu em 18 de junho de 1815.

Os cientistas envolvidos no estudo sugerem que os ossos das vítimas da última batalha de Napoleão Bonaparte terminaram sendo vendidos para serem usados na fabricação de fertilizantes.

Segundo a revista Galileu, escavações feitas no local onde se deu o conflito não revelaram muitos restos mortais ao longo dos últimos dois séculos, o que intriga especialistas no assunto, que buscam evidências para o que pode ter ocorrido com os cerca de 29 mil soldados mortos no campo de batalha.

Foi a partir de uma análise de documentos originais e inéditos que uma equipe liderada pelo professor Tony Pollard, do Centro de Arqueologia de Campos de Batalha da Universidade de Glasgow, na Escócia, desenvolveu uma nova teoria sobre o mistério.

Fertilizantes

Eles contaram com documentos que incluem descrições e ilustrações sobre o estado do campo de batalha poucos dias ou semanas depois da batalha, como cartas e relatos de pessoas que visitaram a região na mesma época do conflito que derrotou Napoleão.

Um deles foi o relato do comerciante escocês James Ker, que escreveu como homens morriam em seus braços e eram enterrados em valas comuns com até 13 mil corpos, as quais ainda não foram encontradas até então.

“A despeito da licença artística e da hipérbole sobre o número de corpos em valas comuns, os corpos dos mortos foram claramente descartados em vários locais do campo de batalha, por isso é surpreendente que não haja registro confiável de uma vala comum", explicou Pollard em nota.

Ainda assim, artigos da imprensa da época podem ajudar no caso. “Pelo menos três artigos de jornal da década de 1820 em diante fazem referência à importação de ossos humanos de campos de batalha europeus com a finalidade de produzir fertilizantes", destacou.

“Os campos de batalha europeus podem ter fornecido uma fonte conveniente de ossos que poderiam ser moídos em farinha, uma forma eficaz de fertilizante. Um dos principais mercados para esta matéria-prima eram nas Ilhas Britânicas [que, a lado dos prussianos, venceram a batalha contra os franceses”, acrescentou.

O arqueólogo apontou que “com base nesses relatos, apoiados pela importância bem comprovada da farinha de ossos na prática da agricultura, o esvaziamento de valas comuns em Waterloo para obter ossos parece viável, e a conclusão provável é essa".

Ainda assim, para ter certeza do destino dos esqueletos de Waterloo, a pesquisa deverá escavar e encontrar evidências da hipótese. “Se os restos humanos foram removidos na escala proposta, deve haver, pelo menos em alguns casos, evidências arqueológicas dos poços de onde foram retirados, por mais truncadas e mal definidas que possam ser", ressaltou.