Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Curiosidades / Era Vitoriana

O triste significado por trás da fotos de pessoas mortas durante a Era Vitoriana

Uma tradição singular ganhou vida durante o reinado de Vitória

Penélope Coelho Publicado em 03/08/2020, às 12h49

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Casal posa com a filha morta - Wikimedia Commons
Casal posa com a filha morta - Wikimedia Commons

Durante o século 19, chegar a idade adulta não era uma tarefa fácil. O período ficou marcado por uma grande quantidade de mortes. Com epidemias como o tifo e a cólera o luto se tornou parte do cotidiano. Em uma fase que expectativa de vida era muito baixa, o óbito recorrente já não era um tabu.

Uma tradição sinistra surgiu por um pedido da Rainha Vitória, após a morte de seu marido, príncipe Albert. Triste com a partida do amado, a monarca requisitou que o homem fosse fotografado depois de morto, para que o episódio permanecesse para ela uma lembrança.

O motivo

A partir disso, o ato se tornou comum. Em uma tentativa de eternizar a imagem daqueles que já se foram, os mortos eram fotografados junto com seus parentes que ainda estavam vivos. Porém, para parecer que o falecido ainda estava vivo, eram colocadas estruturas de madeira e metal feitas especialmente para o momento.

O corpo do morto era meticulosamente posicionado em pé, ou, sentado, para que simulasse gestos e a aparência de uma pessoa viva. Os parentes ativos se misturavam com aqueles que já haviam entrado em óbito, era comum que famílias inteiras se reunissem para essa ocasião, mesmo que a vida ali já não existisse por completo.

A taxa de mortalidade era ainda maior na infância, por isso, a maioria das fotos pós-morte aconteciam nessa fase, muitas vezes os pais fotografaram os filhos já mortos. Graças a isso, as imagens de crianças foram as mais comuns.

Bebê já morto que foi pocisionado com as mãos juntas como se estivesse em oração / Crédito: Wikimedia Commons

Por diversas vezes, a fotografia de um parente morto foi a única capturada em toda sua trajetória. Isso acontecia justamente porque as fotos convencionais eram consideradas um item luxuoso, enquanto as fotos após a morte eram consideradas necessárias.

Na Era Vitoriana as famílias tinham o costume de acreditar que manter a imagem de seu parente falecido era algo importante, a crença que cerava essa circunstância dizia que isso facilitava a alma do morto a viver eternamente. Por isso, muitos fotógrafos profissionais se especializaram nesse ramo específico, vendo ali uma oportunidade de emprego.

Padrões e mudanças

Fotografia de moça morta colocada em estrutura de madeira para ficar ereta / Crédito: Wikimedia Commons

Além disso, parecer pálido ou magro demais nas fotografias não era verdadeiramente ruim na época. Pelo contrário, de acordo com reportagem publicada pela BBC, essas características eram o sinônimo de um padrão considerado atrativo de beleza. Por isso, por muitos anos esse tipo de fotografia não foi vista com maus olhos.

Contudo, a prática caiu em desuso com o tempo, dois motivos se tornaram essenciais para que as fotografias de mortos deixassem de ter triviais. Um desses fatores foi a melhora no sistema de saúde do Reino Unido. Com o avanço da medicina a expectativa de vida da população aumentou por consequência, principalmente tratando-se das crianças.

Além disso, graças ao desenvolvimento de fotografias instantâneas as imagens capturadas ao longo da vida passaram a ser cada vez mais acessíveis, por isso, a demanda das fotos pós-morte passou a ser desnecessária. E atualmente, tornou-se somente uma das muitas memórias insólitas da Era Vitoriana.


+Saiba mais sobre a Era Vitoriana por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Vitorianas Macabras, de Vários autores (2020) - https://amzn.to/2znZd7x

O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde (2012) - https://amzn.to/352XCzF

Literatura Vitoriana e Educação Moralizante, de Flávia Costa Morais (2004) - https://amzn.to/2XWYpAP

Vitória, a rainha: Biografia íntima da mulher que comandou um Império, de Julia Baird (2018) - https://amzn.to/3eI1339

Rastro de Sangue: Jack, o Estripador, de Kerri Maniscalco (2018) - https://amzn.to/3eHoNo7

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W