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Curiosidades / Idade Média

Orgia gastronômica: na Europa Medieval, a divisão de classes existia até na comida

Enquanto os camponeses não tinham direito a carne, a camada privilegiada da sociedade comia para demonstrar superioridade

Redação Publicado em 01/07/2020, às 10h48

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Festividades na Idade Média em obra de Pieter Brueghel the Elder - Wikimedia Commons
Festividades na Idade Média em obra de Pieter Brueghel the Elder - Wikimedia Commons

Foram os povos germânicos invasores, chamados de bárbaros pelos europeus, que inspiraram os hábitos dos nobres à mesa. Eles introduziram o gosto pela caça, costume que era desprezado pelos antigos romanos.

Para evitar que as camadas mais pobres servissem em suas mesas alimentos como cervos e porcos selvagens, os ricos dominavam as florestas com seus exércitos particulares de caçadores.

A classe mais privilegiada da sociedade medieval possuía hábitos “selvagens”, como os de comer porções gigantescas de animais grelhados, temperados com especiarias e condimentos. Comer para eles não era apenas uma forma de saciar a fome – era também um jeito de mostrar sua superioridade.

Mas não era só de carne que viviam os nobres medievais. Eles também apreciavam queijos e ovos. E sempre em excesso. Os banquetes da época são exemplos disso. Nas grandes festas, serviam-se cerca de 15 pratos diferentes: primeiro sopas e depois vários pratos de assados e grelhados.

No meio disso tudo, quitutes. A aparência da comida importava mais que seu gosto. Por
isso, os cozinheiros adoravam usar condimentos que tingissem seus pratos. E tudo era motivo para uma orgia gastronômica: datas comemorativas cristãs, festas familiares, acordos políticos, alianças entre reinos... Reunir à mesa era um ato de reafirmação da lealdade entre os nobres.

Já os mais pobres não contavam com carne de caça em suas mesas nem com uma grande variedade de pratos. No entanto, tinham uma alimentação bem saudável: legumes, verduras, frutas e peixes, que os deixavam com bom desenvolvimento corporal – entre os séculos 5 e 10, eram quase tão altos quanto os europeus de hoje.

De comum, camponeses (90% da população) e nobreza tinham o pão e o vinho. Só que, claro, o pão dos nobres era feito de melhores grãos, assim como o vinho, com as melhores uvas. Na região onde hoje é a Alemanha, o vinho tinha um rival: a cerveja, uma bebida densa e doce.