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Curiosidades / Múmias

Os mistérios dos bebês mamutes congelados por 40 mil anos

Equipe de cientistas fez uma análise detalhada para explicar com detalhes como duas múmias de milhares de anos morreram

Caio Tortamano Publicado em 19/05/2020, às 06h00

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Múmia da mamute Lyubia - University of Michigan Museum of Paleontology
Múmia da mamute Lyubia - University of Michigan Museum of Paleontology

Encontrados em diferentes partes da Sibéria, as múmias de dois mamutes bebês chamaram a atenção da comunidade científica bem como a dos interessados em geral pela descoberta, principalmente pelo estado de conservação em que se encontravam.

Os mamutes são seres muito populares devido a sua proximidade com espécies atuais, como os elefantes. Eles viveram até 10 mil anos atrás, tendo surgido aproximadamente a 5,1 milhões de anos, e não se sabe exatamente o motivo para terem sido extintos. Especialistas acreditam que o aquecimento do planeta pós Era do Gelo e a ação humana foram os principais responsáveis.

Lyuba

Um dos mamutes, Lyuba, foi descoberto em 2007, nas margens de um rio congelado. Ela teria se afogado na lama depois de ter caído nas geladas águas do rio, há mais de 40 mil anos. A terra teria sido engolida pelo animal, que não conseguiu mais respirar.

O corpo do mamute de apenas um mês de idade foi conservado involuntariamente pela ação do ácido láctico, que produziu bactérias que colonizaram o corpo de Lyuba. Isso tornou o cadáver da mamute não atrativo para predadores.

As informações foram recolhidas por Daniel Fisher e sua equipe de pesquisadores do Museu de Paleontologia da Universidade de Michigan, ele é co-autor do estudo que definiu o que aconteceu com a morte de Lyuba e de um outro mamute de dois meses de idade.

Múmia exposta em um museu / Crédito: Divulgação

Khroma

Um caçador de marfim de mamute foi o responsável por encontrar Khroma, a segunda múmia, que estava no rio em Yakutia, congelado logo após o permafrost. Diferentemente de Lyuba, o corpo de Khroma estava em pior estado de conservação.

Raposas e corvos comeram seu coração e seu pulmão, assim como partes de seu crânio e tronco. Isso todo aconteceu durante a época em que foi encontrada, em 2008, e o tempo que os cientistas demoraram para tirar a múmia congelada de lá.

As duas múmias tem uma espécie de linha neonatal em seus dentes, formada durante o nascimento dos mamutes. A contagem da camada desses dentes possibilitaram que cada uma das espécies tivesse a sua idade contabilizada, como Lyuba com apenas 1 mês de vida quando morreu e, Khroma um mês mais velha.

Causas das mortes

Com uma tomografia computadorizada, foi possível determinar, inclusive, como morreram cada uma das mamutes com uma riqueza de detalhes impressionante. Lyuba era saudável no tempo de sua morte, mas ela teria inalado pedaços de lama que normalmente são encontrados ao fundo de lagos.

Outro fator interessante em seu corpo que indicou um afogamento, foi o aumento do nível de fosfato de ferro no tecido de seu rosto e de seu cérebro. Isso acontece quando os músculos do corpo do animal são expostos a água gelada, e então o corpo passa a concentrar seu fluxo do coração para o cérebro e vice-versa.

Análise da múmia de mamute repleta de lama em seu interior / Crédito: University of Michigan Museum of Paleontology

Esse reflexo faz com que o cérebro sobreviva mais tempo quando submergido na água, e o fosfato foi causado meses depois da morte, quando se desgrudou de seus ossos e se misturou com o ferro presente em seu sangue.

Analisando esse cenário, o mais provável que tenha acontecido era que Lyuba estava atravessando o frio lago com sua mãe, mas um pedaço de gelo colidiu com ela enquanto era levada pela correnteza e a mamute caiu de cara na lama. Presa pelo rosto, a bebê tentou respirar mas acabou afundando cada vez mais.

Khroma também não tinha nenhum problema de saúde quando morreu e, inclusive, faleceu bem alimentada. A equipe de Fisher teve, então, que pensar mais para resolver a morte desta mais velha, que tinha uma coluna quebrada e lama em sua traqueia. O mais provável é que ela estivesse em uma margem do rio que veio a ceder, fazendo com que se machucasse e ficasse soterrada em lama.

Além de descobrir como cada uma das múmias morreu especificamente, os cadáveres ajudam os pesquisadores a saber mais a respeito da espécie. Por exemplo, o cérebro de Khroma era menor que o de um elefante recém-nascido, sugerindo que a espécie tivesse um período de gestação menor que a de seus parentes atuais.


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