O governante achava que as transgressões das prostitutas teriam irritado suas divindades e, assim, atraído a chegada dos espanhóis, no século 16
Pamela Malva Publicado em 11/02/2020, às 15h14
Por muito tempo, pouco se soube sobre a vida sexual de povos pré-colombianos. Por sorte, um grupo de arqueólogos mexicanos publicou uma série de documentos sobre como os maias, incas e astecas enxergavam o sexo, em 2010.
Através dos muitos documentos, diversas curiosidades sobre as civilizações mesoamericanas foram divulgadas. Entre elas, o repúdio dessas sociedades em relação ao adultério e às traições.
Naquela época, relações extraconjugais eram vistas como um desequilíbrio no cosmos, um desrespeito à natureza. Assim, segundo escreveram Miriam López e Jaime Echeverría em seu ensaio Transgressões sexuais no México antigo, os adultérios eram seriamente castigados.
Foi esse desequilíbrio cósmico que levou Moctezuma II, um líder asteca, a tomar atitudes drásticas. Durante seu governo na cidade de Tenochtitlán — onde hoje é a Cidade do México — ele optou por destruir uma casa de prostituição.
De acordo com Mirian e Jaime, o líder acreditava que as transgressões cometidas pelas prostitutas teriam irritado os deuses. Assim, as divindades teriam permitido que os espanhóis chegassem e tomassem seu território.
Nesse sentido, o líder asteca viu apenas uma saída para os adultérios cometidos nas casas de prostituição. Como aquelas mulheres já tinham atraído o mal, que poderia se estender ainda mais, matando crianças ou prejudicando colheitas, o jeito foi reduzir o local a pó.
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