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Curiosidades / Ciência

Ficção ou realidade: A intrigante teoria dos universos paralelos de Stephen Hawking

Embarque em uma viagem científica que parece roteiro de um filme de Hollywood, mas na verdade é uma tese proposta pelo renomado físico

Vanessa Centamori Publicado em 04/12/2020, às 12h00

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Cena do filme Doutor Estranho (2016) - Divulgação/Marvel Studios
Cena do filme Doutor Estranho (2016) - Divulgação/Marvel Studios

No início deste ano, bombou na internet uma notícia falsa, que dizia que um cientista da NASA teria encontrado evidências de um universo paralelo, onde o tempo se move ao contrário. Houve muita confusão, mas tal assunto nada tinha a ver com o tema que foi verdadeiramente discutido por Stephen Hawking, um dos mais renomados cientistas do nosso século. 

É verdade, por outro lado, que a existência de cosmos alternativos realmente intriga há tempos a ciência. E faz parte disso uma pesquisa de Hawking, enviada para a publicação no Journal of High-Energy Physics, dez dias antes do cosmólogo morrer. O estudo impressionou a comunidade científica em 2018.

Parecia até uma peça de ficção, mas era apenas a realidade. A pesquisa se chama Uma Saída Suave para a Inflação Eterna? (A Smooth Exit from Eternal Inflation?) e foi produzida em parceria com o físico Thomas Hertog, da Universidade de Leuven.

A história começa

O caminho até a conclusão da última descoberta de Hawking começou a ser traçado nos anos 1980. O cientista se uniu naquela década com o físico americano James Hartle. Juntos, eles examinaram algo tão científico quanto poético: o início do Universo. 

Para isso, a dupla resgatou a teoria de Albert Einstein que não explicava como, mas dizia que o nosso cosmos surgiu há 14 bilhões de anos. Querendo entender melhor essa constatação, Hartle e Hawking usaram a mecânica quântica e encontraram uma possível resposta. 

Era bem simples: o Universo teria iniciado a partir do nada. O Big Bang não teria criado apenas um cosmos, mas incontáveis outros universos. E mais: alguma dessas "realidades" eram até bem parecidas com a nossa, e continham planetas similares à Terra. 

Modelo do multiverso / Crédito: Divulgação/A. Linde/Stanford University

O que distinguia esses outros universos do nosso eram alguns detalhes ou as vezes, enormes fatores. Em um deles, por exemplo, podia ser que os dinossauros jamais tivessem entrado em extinção. Ou ainda, talvez a Terra nunca tivesse surgido e as leis físicas não fossem as mesmas. 

Porém, os cálculos deixavam ainda mais em dúvida o nosso tipo de universo. Isto é, se existem tantos outros cosmos com diferentes leis, então a teoria não prevê onde nós mesmos estamos. 

Novo parceiro acadêmico 

Para tentar resolver esse último problema cósmico da década de 1980, Hawking colaborou com Thomas Hertog, professor da Universidade KU Leuven, na Bélgica. Após 20 anos de trabalhos árduos, eles conseguiram arrumar um pouco a casa bagunçada dos multiversos.

Concluíram, assim, o seguinte fato: só podem haver universos com as mesmas leis da física que as nossas. Dessa forma, o nosso Cosmos é um universo típico. Isso valida as observações feitas a partir de nosso ponto de vista para estudar como outros universos surgiram. 

Ilustração do Big Bang / Crédito: Pixabay 

Considerado isso, dessa vez e em suma, a teoria publicada por Hawking e Hertog se baseou na inflação eterna. É menos complicado do que soa: segundo essa noção, logo após o Big Bang, o Universo, representado por um ponto minúsculo (assim como a cabeça de uma agulha) começou a inflar. Conforme foi inflando, o Cosmos freou e passou a se expandir de forma mais devagar. 

No meio dessa expansão, algumas áreas continuaram a inflar e outras pararam por completo, formando bolhas de espaço estático. Ou seja, o Universo seria então formado por diversas bolhas, que formam um multiverso.

Entre as bolhas que continuaram se expandindo, a energia do processo foi convertida em matéria e radiação, criando os planetas, as estrelas e as galáxias. Portanto, é possível que nós estejamos agora em apenas uma dessas bolhas. 

“O que esse modelo [de Hawking e Hertog] sugere é um mecanismo que pressupõe que, talvez, a variedade de bolhas disponíveis não seja tão grande quanto se pensava", explicou o físico Clifford Johnson, da Universidade do Sul da Califórnia, ao site Astronomy.

Imagem mais detalhada do Universo / Crédito: Divulgação 

Engrenagem contínua

Por mais que a descoberta seja fascinante, é necessário relembrar, porém, que a ciência jamais termina e é baseada em inúmeras hipóteses que são sempre revistas com o passar do tempo. O próprio Hawking apontou que sua teoria pode estar errada. 

“As leis locais da física e da química podem ser diferentes de um universo de bolso para o outro, que juntos formam um multiverso. Mas eu nunca fui fã do multiverso. Se a escala de universos diferentes no multiverso for grande ou infinita, a teoria não pode ser testada”, escreveu o físico. 

Além disso, outros cientistas, como Paul Steinhardt, da Universidade Princeton, também confrontaram o estudo. Ele afirmou que o conceito criou mais problemas do que soluções.

Acontece que a pesquisa de 2018 é baseada na teoria das cordas, uma tentativa de unificar a Teoria da Relatividade de Eistein e a Mecânica quântica. Porém, a primeira não funciona em escalas quânticas. 

O físico Stephen Hawking / Crédito: Wikimedia Commons 

Ou seja, a teoria de Einstein, que descreve o funcionamento de corpos muito grandes, como estrelas e planetas, não encaixa na ideia da mecânica quântica, que fala de corpos minúsculos como partículas no nível dos átomos. É como se as duas teorias não cantassem na mesma língua.

Porém, como o físico alemão é bem aceito e já consagrado, Hawking e Hertog preferiram considerar que a descoberta deles faz uma ponte entre as duas hipóteses — a quântica e a da Relatividade. Um casamento bem polêmico. 


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