Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Curiosidades / Brasil

Sem armas e pouco sexo: 5 curiosidades sobre a vida das mulheres no cangaço

As cangaceiras não eram as responsáveis por cozinhar nem por lavar as roupas do bando, sendo apenas as companheiras dos cabras de Lampião

Isabela Barreiros Publicado em 21/11/2020, às 08h00 - Atualizado em 27/02/2022, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Mulheres no cangaço - Wikimedia Commons
Mulheres no cangaço - Wikimedia Commons

Entre o século 18 e começo do 20, o fenômeno do cangaço se espalhou por todo o sertão nordestino. Símbolo de banditismo, mas muitas vezes de heroísmo, os grupos eram formados apenas por homens. Os chamados cangaceiros viviam uma rotina de nomadismo e crimes.

Mas a exclusão das mulheres dos bandos mudou quando o maior de todos os cangaceiros, o próprio Lampião, decidiu que sua companheira, Maria Bonita, entraria para o grupo e o acompanharia em toda sua movimentação por vezes precária. Depois delas, muitas outras puderam entrar para o cangaço.

A Aventuras na História separou 5 curiosidades sobre a vida das mulheres no cangaço. Confira!

1. Entrada para o cangaço

Dadá, Lampião e Maria Bonita, respectivamente / Crédito: WIkimedia Commons

Maria Bonita entrou para o cangaço por vontade própria. Ela queria seguir o cangaceiro que estava observando há tempos e aproveitou a oportunidade para deixar sua vida monótona ou marido abusivo para trás. Algumas mulheres também tomaram decisões parecidas, mas outras foram obrigadas a seguir o grupo.

Inúmeras moças foram estupradas e sequestradas por homens de Lampião para permanecerem com o grupo no sertão. Uma delas, que se tornou famosa pelo nome Amazona do Sertão, foi Dadá. A moça foi raptada por Corisco, o braço direito do chefe, aos seus apenas 13 anos de idade e ficou com o bando por muito tempo.


2. Tarefas no bando

Por mais que possa parecer revolucionária, a inclusão de mulheres no cangaço não mudou a dinâmica que já acontecia entre os homens do bando. Os cangaceiros já eram responsáveis por cozinhar e por lavarem suas próprias roupas. Eles também sabiam costurar — Lampião, inclusive, fazia isso desde menino.

Não sobrava muito para as moças. O papel delas no bando era, em sua maioria, fazer companhia para os sertanejos, sendo basicamente “mulheres de cangaceiros”. Elas ficavam responsáveis por ajudar na costura e na organização dos acampamentos, mas não tinham nenhuma função além disso.


3. Sem armas

Maria Bonita ao lado de outros cangaceiros / Crédito: Wikimedia Commons

As cangaceiras não tinham nenhuma função estratégica no grupo, nem ao menos Maria Bonita, que era a mulher do chefe. Elas, portanto, não participavam dos conflitos e ações realizadas pelos homens nas cidades, mesmo que isso fosse grande parte da rotina no cangaço. 

Diferente dos homens, as mulheres não recebiam armas no bando: elas só podiam carregar uma pequena pistola para atirarem para cima caso se perdessem do bando. Fora essa estratégia de localização, não havia nenhuma participação ativa.


4. Pouco sexo

É fato que uma das funções das mulheres dentro do cangaço era a sexual. A realidade do bando era, também, de estupros. Mas o sexo não era tão constante quanto se possa imaginar e isso acontecia devido a uma série de superstições e crenças dos cangaceiros, que também faziam parte do contexto dos sertanejos no geral.

Uma dessas crenças era a do “corpo fechado”. Eles acreditavam que o sexo abria o corpo dos homens, fazendo com que eles ficassem desprotegidos das balas da polícia, por exemplo. E o pior de tudo era que não era fácil fechar o corpo novamente: eles tinham que se purificar e, mesmo assim, não se sabia exatamente quando isso aconteceria.


5. Mudanças no bando

Algumas mudanças nas estratégias de Lampião puderam ser observada a partir da inclusão de mulheres. Por exemplo, eles passaram a ser menos nômades, fazendo acampamentos mais duradouros perto de cursos d’água e tomando mais banhos. Além disso, as invasões a cidades diminuíram.

Ainda assim, é possível perceber que essa mudança não foi, de fato, revolucionária, afinal as mulheres não eram “cangaceiras”, como os homens. Elas eram apenas mulheres de cangaceiros e sofriam com as mesmas opressões dentro do bando, que tinha as mesmas dinâmicas de sociedade.


+Saiba mais sobre o tema através de grandes obras disponíveis na Amazon Brasil:

Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço, Adriana Negreiros (2018) - https://amzn.to/3a02dog

Lampião e Maria Bonita, Liliana Iacocca (2004) - https://amzn.to/2FG393s

Santinha: A História de uma Guerreira, Naldo Guedes (2015) (eBook) - https://amzn.to/2TbqHF7

Os últimos dias de Lampião e Maria Bonita, Victoria Shorr (2019) - https://amzn.to/2R3uXUB

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W