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Curiosidades / Civilizações

Sem ligas ou lingotes: Como as pessoas se viravam antes do metal?

No passado, certas civilizações não estavam acostumadas com alguns dos materiais mais banais de todos os tempos

Redação Publicado em 11/07/2021, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa de ferreiro - Divulgação/ Pixabay/ Weinstock
Imagem meramente ilustrativa de ferreiro - Divulgação/ Pixabay/ Weinstock

Ele é o metal mais comum na crosta terrestre, quase duas vezes mais abundante que o ferro. E, ainda assim, pela maior parte da História, permaneceu dentro da terra. Ninguém tinha visto alumínio. Alumínio puro é extremamente raro. Ele só aparece na natureza ligado a outros elementos químicos, como no minério bauxita.

Ao contrário de outros metais, que podem ser extraídos por simples fusão, não há forma simples de tirar o alumínio do minério. Essa é a razão pela qual, por tanto tempo, apenas compostos do elemento eram conhecidos. Não que esses compostos fossem inúteis.

O Alum, como eram chamados diversos sais com base em alumínio, foi primeiramente desenvolvido no Egito por volta de 3 mil a.C. e era usado como fixador de tintas. Na mesma época, cerâmicas persas contendo silicatos de alumínio eram favoritas entre os artesãos, por possuírem uma boa resistência.

No século 1 a.C., o comandante Arquelau, da Judeia, teria descoberto que a madeira tornava-se praticamente incombustível quando tratada com solução de alumínio, protegendo assim suas fortificações contra ataques de fogo. Já o sulfato de alumínio era usado desde a Grécia antiga como adstringente para estancar feridas.

Coube ao naturalista romano Plínio, o Velho, relatar em sua História Natural (77 d.C.) a existência de reservas de “aluminita” na Itália. O químico Humphry Davy foi o primeiro a reconhecer e nomear o alumínio como elemento químico independente, em 1808, mas Friedrich Wöhler conseguiria criar pequenas bolas de alumínio sólido.

Acredita-se que os primeiros produtos de alumínio puro tenham sido medalhas utilizadas no reinado de Napoleão III, apoiador da produção do mineral. De fato, no século 19 o alumínio se tornou mais precioso que ouro e prata — justamente por ser mais difícil de obter. É por isso que no monolito em Washington, de 1884, tem uma ponta de alumínio, não de metais preciosos.

Imagem meramente ilustrativa de ferreiro / Crédito: Divulgação/ Pixabay/ DAVIDCRAYde

Novas alturas

O mundo antes do alumínio era, em uma palavra, pesado: ligas de ferro, cobre ou até chumbo estavam em seu lugar. Com a sua popularização, no início do século 20, o metal ganhou espaço nas cozinhas da classe operária, substituindo utensílios como talheres, pratos e canecas antes feitos de madeira, cerâmica e peltre (uma liga de chumbo, estanho e cobre que oferecia diversos riscos). Quem tinha dinheiro usava prata.

A partir de 1880, os cabos de cobre usados para transmissão de energia elétrica também foram substituídos por ligas de alumínio, mais leves e menos corrosivas. No mercado, as latas de alumínio estrearam apenas em 1958.

Até então, refrigerantes e outros alimentos eram armazenados em latas de estanho ou em embalagens de vidro. Os remédios, hoje protegidos por folhas de alumínio, eram mantidos em frascos de vidro e tinham vida útil reduzida, por terem contato com luz, umidade, oxigênio e bactérias. Além disso, o alumínio também possibilitou, com sua leveza, resistência e baixo custo, importantes inovações tecnológicas.

A aviação moderna só foi possível graças ao metal: em 1903, os irmãos Wright utilizaram um motor especial, construído com cilindro de alumínio, para sustentar no ar seu avião feito de madeira e lona; já Santos Dumont utilizou uma liga de alumínio na própria estrutura do 14 Bis, feito com bambu e seda.

Décadas depois, o alumínio substituiria a madeira como principal ingrediente na construção dos aviões. Seria impossível imaginar um jato de madeira — e menos ainda de metais mais pesados. Ferro e cobre eram utilizados na construção civil, mas, por seu peso, limitavam a altura dos prédios.

Eles continuaram a servir para manter a estrutura, mas o alumínio, em esquadrias, portas e outras partes delicadas, foi o que possibilitou a construção de arranha-céus. O primeiro prédio a utilizar-se largamente do metal em larga escala foi o Empire State Building, de 1932. E o alumínio nos levaria a alturas muito além dos arranha-céus: toda a tecnologia espacial não seria possível sem ele.


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