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Curiosidades / Personagem

Separada das filhas e morta pela fome: a angustiante saga de Edith Frank em Auschwitz

Gentil e às vezes pessimista, a mulher fazia de tudo para proteger as filhas e, quando foi enviada para a câmara de gás, lutou por sua vida, sonhando com o dia que veria sua família novamente

Pamela Malva Publicado em 20/07/2020, às 13h55

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Fotografia de Edith Frank - Wikimedia Commons
Fotografia de Edith Frank - Wikimedia Commons

Quando teve seus quatro filhos, Abraham Holländer, um empresário de sucesso, não imaginava os episódios pelos quais alguns deles passariam. Tradicionalmente judeus, ele e sua esposa, Rosa Stern, eram bastante conhecidos em sua comunidade.

Filha caçula do casal, Edith Holländer era uma jovem gentil e inteligente. Dona de um carisma inconfundível, ela adorava ler, se divertir com os muitos amigos e praticar esportes. Na adolescência, era especialmente boa em tênis e natação.

Durante a idade adulta, após abandonar a Escola Evangélica para Meninas Superiores, na Alemanha, ela passou a trabalhar na empresa da família. Em 1924, conheceu Otto Frank, um homem carinhoso com quem se casou e teve duas filhas: Margot e Anne Frank.

Animada e criativa, Edith adorava morar em terras alemãs e estava bastante satisfeita com sua vida quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu. Aquele era o fim do mundo que ela conhecia e, consequentemente, de sua própria existência.

Registro de Otto Frank em 1961 / Crédito: Wikimedia Commons

Medo e solidão

Em meados de 1933, com medo do latente anti-semitismo que tomava conta da Alemanha, os Frank decidiram fugir para Amsterdã. No país onde grande parte de seus antepassados nasceram, Edith vivia confinada e lutava para aprender o holandês.

Em seus momentos livres, a mulher mantinha contato com os familiares e amigos na Alemanha, mas também formava novas conexões, a maioria com refugiados alemães. Sempre muito aberta, Edith se esforçava para dar uma educação moderna para suas filhas, mas, por dentro, não se sentia bem na Holanda — a Alemanha era sua casa.

Toda a suposta tranquilidade acabou quando os soldados de Hitler invadiram as terras holandesas, em meados de 1940. Daquele dia em diante, Edith e sua família foram obrigados a procurar abrigo em diversos lugares — de casa de amigos, até as instalações da empresa onde Otto trabalhava na época.

Imagem de Anne Frank em 1940  / Crédito: Wikimedia Commons

Proteção e cuidado

Em seu diário, Anne Frank narrou cada dia passado ao lado da mãe. Entre os constantes desentendimentos, Edith mantinha-se compreensiva e leal, apesar de pessimista. Às vezes sarcástica, ela defendia suas filhas com unhas e dentes.

Após dois anos fugindo dos soldados da SS, no entanto, os Frank foram traídos por um informante. Eventualmente, enquanto se escondiam atrás de uma estante, todos foram presos pelos oficiais de Hitler, em 4 de agosto de 1944.

A família foi levada até a sede da Gestapo e, alguns dias mais tarde, foi enviada até o campo de concentração de Westerbork. De lá, Edith, Otto e suas filhas foram deportados para o campo de concentração de Auschwitz, em 3 de setembro de 1944.

Fotografia dos portões de Auschwitz em 1951 / Crédito: Wikimedia Commons

Angústia e terror

Logo que pisaram no lugar, Edith, Margot e Anne foram separadas de Otto. Elas nunca mais o viram. Juntas e basicamente inseparáveis, mãe e filhas tentavam se manter vivas em um momento de pura incerteza.

Em 30 de outubro, contudo, outra seleção fez com que Edith seguisse o caminho das câmaras de gás, enquanto Anne e Margot foram enviadas para Bergen-Belsen. Sozinha, a mulher conseguiu fugir para outra parte do acampamento com uma amiga leal.

Durante o inverno, então, ela decidiu escondeu toda a comida que recebia, sonhando com o dia que entregaria os alimentos para suas filhas. Assim, sem comer por semanas, Edith morreu de fome, em 6 de janeiro de 1945. O campo de concentração de Auschwitz seria libertado pelo Exército Vermelho três semanas mais tarde.

Fotografia da jovem Margot Frank  / Crédito: Wikimedia Commons

Gentileza e mistérios

Com olhos ternos, Edith foi eternizada pelo retrato construído por Anne Frank em seu diário. Descrita como uma mulher amarga em diversos momentos, ela teve sua memória homenageada por diversos familiares, que se lembravam dela como uma dama modesta, que tentava tratar suas filhas como iguais.

Em 1999, descobriu-se que, quando foi editar o diário da filha, Otto Frank havia ocultado algumas páginas sobre Edith. Nelas, Anne narrava que, enquanto a mãe gostava muito do marido, Otto não era apaixonado pela esposa.

Antes contrariada com os comportamentos de Edith, Anne demonstrou, naquele momento, entender a situação pela qual sua mãe estava passando. Nas páginas ocultas, então, ela passou a sentir empatia pela mulher que dava tudo para protegê-la.


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