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Curiosidades / Monarquia

Traições e reviravolta : Como os restos de Ricardo III poderiam colocar a família imperial de cabeça pra baixo

A análise do DNA do esqueleto do falecido soberano colocou em dúvida a legitimidade de vários monarcas ingleses — incluindo Elizabeth II

Vanessa Centamori Publicado em 18/05/2020, às 14h00

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O esqueleto do rei Ricardo III - Divulgação / Universidade de Leicester
O esqueleto do rei Ricardo III - Divulgação / Universidade de Leicester

Um estudo sobre o esqueleto do rei Ricardo III, publicado em 2014, no jornal Nature Communications causou polêmica. A pesquisa revelou um grande escândalo na história inglesa: tradicionalmente, monarcas tornavam-se herdeiros por uma estrita linhagem sanguínea, mas, muito provavelmente, vários deles governaram de modo ilegítimo — e isso põe em xeque toda a Dinastia Tudor.

Um dos reis ilegítimos era possivelmente o próprio monarca, cujo os restos mortais foram estudados. Ricardo III foi o último rei da Casa de York, que antecedeu os Tudor. Seu esqueleto foi encontrado em 2012, em um estacionamento na Inglaterra. 

Não só a árvore genealógica, como também a aparência do monarca era bem diferente do que se imaginava — em contraste com todas as pinturas que o representam, Ricardo III não era moreno. Ele tinha cabelos loiros na infância (77% de chance) e olhos azuis (96% de probabilidade).

Representação conhecida do rei Ricardo III , que pode estar infiel / Crédito: Wikimedia Commons 

Revelações surpreendentes

Pesquisadores de várias intituições, lideradas pela Universidade de Leicester, na Inglaterra, estudaram o DNA de Ricardo III, presente em seu esqueleto. Isso só foi possível pois os especialistas tinham 99,999% de certeza de que aqueles ossos realmente eram do rei, morto em 1485. 

Acontece que o material genético do monarca deveria corresponder ao de seus familiares vivos, que forneceram amostras de DNA. Porém, não houve tal correspondência. O soberano não dividia um mesmo ancestral em relação aos descendentes oficiais de sua família.

Isso sugere que houve infidelidade na história real britânica, pois, comparando o DNA extraído do cadáver, com amostras de cinco dos descendentes vivos, o material genético feminino bateu, mas o masculino não.

Michael Ibsen, denescentente canadense do monarca, fazendo coletagem de saliva para o estudo / Crédito: Universidade de Leicester/Divulgação

Ou seja, muito provavelmente, houve traição no casamento de alguma mulher da realeza antes mesmo de Ricardo III nascer e tornar-se rei. O resultado foi a ascensão de um herdeiro ilegítimo. “Um evento (ou eventos) de falsa paternidade em algum momento dessa genealogia poderia ter um significado histórico”, explicou em comunicado a equipe de cientistas.

O rei estudado e seu rival Henrique VII (que o sucedeu em 1485 e fundou a Dinastia Tudor) eram descendentes de Eduardo III, pai de João de Gante. “Hipoteticamente falando, se João de Gante não era filho de Eduardo III, então seu filho Henrique IV não teria legitimidade para o trono, assim como Henrique V e Henrique VI”, afirmou Kevin Schurer, co-autor da pesquisa.

Quebras de linhagem

Segundo os pesquisadores, as revelações do estudo nos permitem questionar a legitimidade de toda a dinastia Tudor — incluindo Henrique VIII e Elizabeth I, sua filha. Além disso, a atual rainha, Elizabeth II da Inglaterra, possui uma ligação com essa linhagem. 

Vossa Majestade pertence à casa real de Windsor, parente da casa de Hanover, que assumiu o poder na Grã-Bretanha com George I. Esse, por sua vez, foi coroado devido à uma lei de 1701, que impedia que católicos governassem como reis, restringindo o trono aos protestantes. 

Esqueleto de Ricardo III / Crédito: Universidade de Leicester/Divulgação

George I era bisneto de Jaime I, cuja mãe Mary Stuart, rainha da Escócia, era familiar direta de Henrique VII, o primeiro rei da dinastia Tudor. É somente aí que essa linhagem entra na história da atual rainha. 

Com essas numerosas gerações e relações, o pesquisador Kevin Schurer prefere não questionar os atuais ocupantes do Palácio de Buckingham. Os especialistas entraram em um consenso para não discutir o impacto que a revelação poderia ter sobre a atual família real.

Isso ocorre pois eles notaram que a ruptura na linha de descendência ainda não é clara. Portanto, ainda que os Tudor tenham tomado o "trono pela força”, alegando parentesco com João de Gante, Elizabeth II pode ficar sossegada. 


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