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Curiosidades / Bizarro

Túnicas, lençóis e desconforto: Como era a vida antes das calças

Muito além de peças do guarda-roupa, as caças foram essenciais para que homens e, posteriormente, mulheres adquirissem uma maior agilidade em tarefas diárias

Letícia Yazbek Publicado em 13/06/2021, às 10h00

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Imagem meramente ilustrativa de calças em prateleira - Divulgação/ Pixabay/ jarmoluk
Imagem meramente ilustrativa de calças em prateleira - Divulgação/ Pixabay/ jarmoluk

Andar sem calças não foi exatamente um problema durante bastante tempo. Quem vivia nas regiões mais quentes do planeta, como os índios que habitavam o território brasileiro, nem precisou contar com as primeiras soluções de aquecimento e proteção encontradas há 100 mil anos.

Para espantar o frio e proteger o corpo, usavam-se plantas e peles de animais — estas também indicavam força e poder, em sinal de vitória contra a fera. Mas apenas jogar alguma proteção por cima do corpo não era suficiente.

Por volta de 20 mil a.C., a necessidade de ter mais liberdade de movimento levou ao aparecimento de agulhas primitivas, feitas de ossos de animais, para prender melhor ao corpo as peças feitas de pele e fibras de plantas, como o algodão.

Mesmo com o aparecimento das agulhas, as calças ainda demorariam a fazer falta. Povos antigos da Europa, África e Ásia usavam vestidos e túnicas, enquanto egípcios e sumérios se cobriam com retângulos amarrados ao corpo — de linho, lã ou algodão —, parecidos com lençóis e tingidos com pigmentos naturais.

Pintura do assassinato de Júlio César com todos os homens usando túnicas / Crédito: Divulgação/ Pixabay/ GDJ 

A necessidade de algo diferente apareceu pela primeira vez entre nômades da Ásia Central, os primeiros a domesticar cavalos e aprender a montá-los — o que já acontecia por volta de 3500 a.C., nas regiões das atuais Ucrânia, Rússia e Cazaquistão.

Vestidos e túnicas eram pouco práticos e não ofereciam proteção para as pernas durante longas distâncias percorridas a cavalo, muitas vezes em clima frio. Em 2014, escavações em túmulos do cemitério de Yanghai, na China, próximo ao Rio Tarim, revelaram os dois pares de calças mais antigos de que se tem notícia, confeccionados por volta de 1400 a.C.

As calças foram encontradas junto a restos mortais de dois homens, provavelmente pastores nômades. Elas tinham pernas retas e virilhas largas, e se assemelham a modelos usados na equitação moderna. Foram costuradas a partir de três pedaços de tecido de algodão — dois para as pernas e um para o quadril e a virilha —, com fendas laterais e cordas para amarração.

Fotografia da calça encontrada no cemitério de Yanghai / Crédito: Divulgação / M. Wagner / Instituto Alemão de Arqueologia

Da Bacia do Tarim, os nômades levaram sua criação para o Oriente Médio e o Leste Europeu. Na Idade Média, as calças se tornaram populares entre os bizantinos e logo foram adotadas, graças à praticidade, pelos homens na Europa Ocidental.

Já era fim do século 19 quando mulheres começaram a vesti-las, não sem chocar a sociedade pela definição que a peça trazia ao corpo feminino — em Paris, uma lei de 1799, derrubada oficialmente apenas em 2013, proibia mulheres de usar calças.

Foi justamente uma francesa, Coco Chanel, quem deu um passo fundamental para mudar a questão. A dificuldade em cavalgar usando vestidos, vencida pelos homens tanto tempo antes, foi uma das motivações da estilista, que trouxe a peça definitivamente para os guarda-roupas femininos.


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