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Coronavírus / Brasil

“Isso foi uma falha nossa aqui”, afirma Mourão sobre governo não ter promovido uso de máscaras

Em entrevista, o vice-presidente criticou a falta de campanhas de conscientização em tempos de pandemia: “Teríamos obtido resultados melhores”

Fabio Previdelli Publicado em 16/03/2021, às 10h44

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O Vice-presidente Hamilton Mourão - Getty Images
O Vice-presidente Hamilton Mourão - Getty Images

“Uma falha” da administração federal, foi assim que o vice-presidente Hamilton Mourão classificou o fato do governo federal não ter adotado, desde o início da pandemia, uma campanha de conscientização para que a população fizesse o uso de máscaras e evitasse aglomerações.  

“Eu julgo que nós deveríamos ter, desde o começo, tido uma campanha em nível federal —uma vez que as medidas locais pertencem aos gestores e isso é inconteste— mas uma campanha séria de conscientização da população”, disse em entrevista ao MyNews.  

“Não é uma questão de lockdown ou não lockdown, mas uma questão das pessoas entenderem que elas têm que se resguardar o máximo possível, evitando, vamos dizer, aglomerações com gente que desconhecem”, completou.  

O vice-presidente ainda disse que uma coisa é você se reunir com familiares, quando você sabe de onde eles vieram, se já foram infectados ou não, e outras coisas básicas; já outra é ir a ambientes onde não há nenhum tipo de controle.  

“Isso a gente deveria ter falado o tempo todo. Assim como as próprias questões mais elementares, do uso de máscara, de lavar as mãos, do uso de álcool. Acho que isso foi uma falha nossa aqui do governo que a gente podia ter trabalhado melhor”, afirmou. 

Perguntado sobre o motivo do governo não ter agido assim desde cedo, Mourão culpou a falta de comunicação. “Essa questão da comunicação social, desde o começo do governo, tem sido claudicante. Essa é uma realidade, o governo tem inúmeros fatos extremamente positivos, que ele é incapaz de conseguir comunicar de forma organizada para a sociedade”. 

Porém, Hamilton espera que a chegada do almirante Flavio Rocha, que substituirá Fabio Wajngarten na Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), contribua para uma comunicação “mais profissional, eficiente e eficaz”. 

Em um último tópico levantando sobre se o Brasil deveria ter adotado uma política de lockdown mais severa para evitar mortes, Hamilton Mourão disse que isso é uma questão mais “complicada”, visto que o país é “muito desigual socialmente e regionalmente”. 

"Esta desigualdade afeta por demais nossa população. Uma grande parte precisa sair para rua todo dia para poder ganhar, usar um termo bem comum, ter o seu ganha-pão. A gente tem muita gente que vende o almoço para ter o jantar. A gente entende estas dificuldades e o presidente tem essa preocupação", afirmou o vice-presidente. 

"Volto a dizer que [com] uma campanha de esclarecimento bem mais incisiva teríamos obtido resultados melhores. Agora, num país desigual, ocorreriam lamentavelmente a questão dos óbitos, principalmente nos mais idosos. Hoje quando conversamos com a classe médica, a grande preocupação é que esse ciclo que atravessamos tem atingido gente abaixo de 60 anos em quantidade significativa. E isso é extremamente preocupante”, concluiu.