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Coronavírus / Política

“Líderes mundiais usam a pandemia como desculpa para aumentar autoridade”, diz Francis Fukuyama

Em entrevista ao site da Perfil Brasil, parceiro da Aventuras na História, o filósofo e economista político falou como a pandemia reflete na democracia

Fabio Previdelli Publicado em 29/03/2021, às 13h39

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Francis Fukuyama durante palestra - Getty Images
Francis Fukuyama durante palestra - Getty Images

Em entrevista ao site da Perfil, parceiro da Aventuras na História, o filósofo e economista político Francis Fukuyama falou sobre os reflexos da pandemia para os grandes líderes globais, afirmando que eles podem usar esse momento para “aumentar sua autoridade”, 

“Podemos estar em um ponto de inflexão muito perigoso na luta pela democracia global. Freedom House, que faz o relatório anual ‘Freedom in the World’, pelo décimo quinto ano consecutivo viu um declínio na medida da liberdade global. Houve um declínio mais acentuado devido à pandemia. Muitos líderes mundiais usam a pandemia como desculpa para aumentar sua autoridade”, diz Fukuyama

Citando os exemplos de Nayib Bukele em El Salvador; Yoweri Museveni em Uganda; e de Viktor Orbán na Hungria, o economista político afirma que: “As pandemias são oportunidades para os governos mais autoritários”. 

Isso se dá, segundo o filósofo, já que a população não se sente segura em ficar exposta em grandes multidões nas áreas urbanas, o que interrompeu os protestos contra os governos. “É preocupante. Houve um golpe militar em Mianmar, a prisão de Alekséi Navalny na Rússia, a extensão da lei de segurança para Hong Kong no início de 2020. Muitas coisas realmente ruins aconteceram”. 

Porém, Fukuyama aponta um fator que pode fazer diferença futuramente em um mundo onde a pandemia já esteja normalizada: a raiva reprimida. “É possível que, uma vez que as coisas voltem a uma situação mais normal, muito dessa raiva reapareça na forma de protesto”. 

“Até a pandemia vimos muitos protestos. Aconteceu no Sudão, Argélia e Armênia. Aconteceu em muitas partes do mundo onde as pessoas estavam altamente mobilizadas contra governos corruptos ou incompetentes ou alguma combinação disso”, completa. 

Para Francis Fukuyama, o fim da pandemia, esperançosamente, também é um ponto de inflexão. “Que a pressão sobre as populações relaxe um pouco. E que isso permite uma expressão mais honesta das opiniões dos cidadãos”. 

Confira a entrevista completa no site da Perfil Brasil, parceiro da Aventuras na História.