Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Coronavírus / Brasil

Traficantes impõem toque de recolher em comunidades cariocas em meio à pandemia

Além das medidas anteriormente tomadas pelo governo do Rio de Janeiro, gangues locais determinaram novas regras para diminuir a transmissão do vírus nas favelas

Isabela Barreiros Publicado em 25/03/2020, às 15h28

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro - Getty Images
A favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro - Getty Images

Em meio ao surto do coronavírus, traficantes e milicianos da capital do Rio de Janeiro começaram a impor novas regras locais com o intuito de diminuir a transmissão da doença. Por meio de recados publicados em redes sociais, as gangues passaram a impor um toque de recolher em algumas comunidades.

Na Zona Oeste da cidade, comunidades de Rio das Pedras, Muzema e Tijuquinha já têm as próprias restrições orientadas pelos traficantes. Uma das mensagens dizia: "Atenção todos os moradores de Rio das Pedras, Muzema e Tijuquinha!!! Toque de recolher a partir de hoje 20:00 hrs. Quem for visto na rua após este horário vai aprender a respeitar o próximo!!!".

Na Rocinha, na Zona Sul da cidade, o Comando Vermelho também impôs novas regras. Um comunicado enviado pelo WhatsApp aos moradores dizia: “CV (Comando Vermelho) comunica: Pessoal, fica em casa. A coisa está ficando séria e tem gente que tá levando na brincadeira. Os corruptos de Brasília falaram para não sair mais tem um povinho se fazendo de surdo. Agora vocês vão ficar em casa por bem ou por mal. Toc de recolher todos os dias a partir das 20:00. Quem for pego na rua vai aprender como respeitar o próximo. Queremos o melhor para a população. Se o governo não tem capacidade de dar um jeito, o crime organizado resolve”.

A pandemia fez com que o governo do estado do Rio de Janeiro diminuísse o tráfico de trens, barcas e metrôs, além de decretar o fechamento de comércio. No entanto, após um pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro ontem, 24, o prefeito da cidade, Marcelo Crivella, voltou atrás.

Em sua conta do Twitter, o político afirmou hoje, 25: “Estamos atualizando algumas medidas já tomadas. A partir de sexta (27), começaremos a abrir, aos poucos, alguns comércios, como lojas de material de construção e lojas de conveniência (postos de gasolina). Mas vamos conscientizar a população de que não poderá haver aglomeração”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 46 mortes confirmadas por coronavírus e 2.201 casos de contaminação pela doença. O estado do Rio de Janeiro conta com 246 dos casos, com quatro mortes causadas pela doença, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.