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Mais vivo do que nunca: Os filmes com Elvis Presley que marcaram o cinema

Com uma cinebiografia prestes a estrear nos cinemas, Elvis Presley teve diversas participações históricas nas telonas

Coluna - Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 03/07/2022, às 12h10

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Montagem de Elvis Presley com sua retratação em 'Elvis' (2022) - Divulgação / BBC / Warner Bros
Montagem de Elvis Presley com sua retratação em 'Elvis' (2022) - Divulgação / BBC / Warner Bros

Que Elvis Presleynão restringiu seu reinado apenas aos palcos musicais, isso todos sabem. Mas talvez você não conheça todas suas produções cinematográficas, nem saiba exatamente o porquê elas foram feitas.

Dizem que quando o rei do rock alcançou os holofotes, seu empresário Coronel Tom Parker, tentou domar o astro, primeiro colocando-o no exército, depois podando seu entusiasmo artístico com filmes lucrativos, mas sem tanta graça de Hollywood.

Como os projetos eram escolhidos por Parker, meticulosamente a fim de vender discos, Elvis não teve muitas chances de crescimento como ator, soube-se mais tarde que Barba Streisand chegou a oferecer o papel de coadjuvante no clássico ‘Nasce Uma Estrela’, mas a proposta foi negada pelo empresário.

Elvis nas telonas

Entre 1956 e 1969, foram mais de 31 produções. O primeiro filme foi ‘Love Me Tender’, claro, para promover a canção homônima. Dirigido por Robert D. Webb, o longa apresenta a história de um jovem fazendeiro que, após a Guerra Civil, casa-se com a namorada de seu irmão, supondo que o mesmo morreu em combate.

No entanto, ele está vivo. Há amargura, brigas, amor e música. Fórmula quase que inabalável nos longas protagonizados pelo Rei, e embora nem todos sejam bons, destaquei quatro que valem a pipoca.

Elvis Presley contracenando no filme 'Jailhouse Rock' / Crédito: Metro-Goldwyn-Mayer/Wikimedia Commons

‘O Prisioneiro do Rock’ de 1957 de Richard Thorpe, provavelmente, é o melhor da carreira de Elvis. Lançado em 1960, o longa é sobre Vince Everett, que após ser preso por matar um homem acidentalmente, descobre seu talento para a música enquanto encarcerado.

O filme se tornou um clássico com o retrato de Elvis como um jovem transgressor e incompreendido. A cena em que ele apresenta a canção título do filme, na cadeia, foi homenageada em outros longas, como ’The Blues Brothers‘ de 1980 por John Belushi e Dan Aykroyd, e por Johnny Depp em ‘Cry Baby’, de 1990.

‘Balada Sangrenta’, de Michael Curtiz, é um longa de 1958 e traz Elvis como Danny Fisher, jovem envolvido em gangues de Nova Orleans. Trabalhando como cantor, ele se torna um sucesso. Dizem que James Deanfoi cotado para o papel.

‘Feitiço Havaiano’, 1961, dirigido por Norman Taurog é sobre um jovem militar que volta para a casa após seu serviço à pátria. Contra o desejo dos pais ele começa a trabalhar em uma agência de turismo onde seduz as mulheres ao som de românticas canções, presentes em seu repertorio, claro. Multidões foram aos cinemas para assisti-lo.

‘Amor a Toda Velocidade’ é o longa considerado por muitos como a melhor interpretação de Elvis. O filme de George Sidney, 1964, se passa em Las Vegas quando um piloto de corrida busca participar do 1º Grande Prêmio da cidade, mas precisa trabalhar como garçom para comprar um motor. É então que o galã se envolve com uma professora.

Novos ares

Se você ficou com saudades e prefere assistir a uma produção mais atual sobre o rei, ‘Elvis’, longa de Baz Luhrmann (2022), estrelado com maestria por Austin Butler e Tom Hankspode ser a pedida perfeita.

Apesar da cinebiografia não entregar toda a complexidade de Presley, o roteiro assinado por Luhrmann e os corroteristas Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Doner, apresenta a história do grande ícone da música pela perspectiva de seu empresário, Coronel Tom Parker, interpretado por Tom Hanks. Na trama, Parker é rotulado como trapaceiro que se aproveitou do rei, e, portanto, embarcamos em sua narrativa na tentativa de se defender das acusações.

Entre eletrizantes apresentações musicais que ressaltam as influências gospel e do blues em sua vida, e as emocionantes cenas que revelam o particular de Presley, é quase possível entender como o poético Hanks consegue conquistar a confiança de todos e extrapolar o comércio da música negra usando um branco, ao mesmo tempo em que estrangula as veias artísticas e ideais de Elvis.

Embora facetas importantes da história do rei tenham sido incluídas, como sua causa a favor dos negros em cenas estonteantes como a performance de “Trouble” em que ele desafia os racistas sulistas que temem que sua música e sensualidade, influenciada por negros, se infiltrem na América branca, outras partes relevantes são evitadas tais como a mercantilização de Presley pelo capitalismo e conservadorismo. Deixando assim que grandes personagens se tornem apenas figurantes, compreensível em uma narrativa de Parker.

Ainda que o longa não atinja todas as expectativas quanto ao lado humano e complexo do rei, assistir à interpretação de Butler é, sem sombra de dúvidas, uma nostálgica volta ao tempo.


Sobre o cineasta

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos.

Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.