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Desventuras / São João Marcos

A curiosa história da 'cidade fantasma' de São João Marcos

São João Marcos, que fica no Rio de Janeiro, chegou a ser destombada por decreto de Vargas

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/07/2022, às 12h07

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Fotografia de casa em São João Marcos - Divulgação/ Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos
Fotografia de casa em São João Marcos - Divulgação/ Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos

São João Marcos, uma cidade do estado do Rio de Janeiro, já foi uma das mais abastadas do país devido ao rentável plantio de café, desenvolvendo-se durante o período colonial e alcançando seu auge econômico em 1850.

Hoje, porém, restam apenas suas ruínas, que foram tombadas em 1990 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), e de 2008 para cá passaram a ser protegidas pelo Parque Arqueológico e Ambiental de São Marcos

Da riqueza à demolição 

O início de São João Marcos ocorreu com a construção de uma capela dedicada ao santo que nomeia a cidade. Deste ponto em diante, foi natural a criação do povoado, atraído pela terra fértil da região, ideal para o cultivo de café. 

Majoritariamente rural, apenas o núcleo da localidade era urbano. Em seu ápice, todavia, durante o qual tinha 18 mil habitantes (8 mil desses correspondendo a pessoas escravizadas que trabalhavam nas plantações), contava com duas igrejas, duas escolas públicas, dois cemitérios, dois clubes, um hospital, uma agência de correios, um teatro e um time de futebol, além de prédios do governo, lojas e as casas dos moradores. 

Fotografia de Igreja do Rosário / Crédito: Divulgação/ Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos

O fim do ciclo do café, por outro lado, acabou encerrando a economia próspera de São João Marcos. Em 1940, sua riqueza e influência foi enterrada como um distante passado glorioso enquanto o local era condenado à demolição em nome do progresso, materializado pela usina hidrelétrica de Fontes Novas. 

Era então o governo do presidente Getúlio Vargas, e se fazia necessário o alagamento da área urbana da cidade de origem colonial para que fosse aumentado o reservatório da usina.

Na época, vale dizer, o aumento da capacidade de geração de energia elétrica no Brasil era extremamente valorizado, uma vez que forneceria mais infraestrutura para o desenvolvimento industrial, sendo assim uma das grandes metas governamentais de então. 

Dessa forma, São João Marcos, que em 1939, apenas um ano antes, havia sido tombada como patrimônio nacional, foi destombada para garantir o futuro idealizado por Vargas

Fotografia de uma das ruas da cidade / Crédito: Divulgação/ Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos

Redescoberta 

A cidade, todavia, não foi inteiramente apagada do mapa. As ruínas que sobreviveram à sua demolição foram redescobertas no século 21, uma vez que a Usina Hidrelétrica de Fontes Novas, que permanece ativa até os dias atuais, não a cobriu por inteiro. 

Assim, aos poucos, os vestígios das construções de outrora recuperaram seu valor na forma de artefatos históricos, resumindo em si diferentes etapas da história brasileira. A memória do local é guardada hoje pelo Parque Arqueológico e Ambiental de São Marcos, que é aberto para visitação. 


*Com informações do site da cidade de São João Marcos;