Desenhistas eram contratados para retratar famílias e até mesmo mapas, como estratégia militar
Dennis Barbosa, atualizada por Isabelly de Lima Publicado em 14/08/2022, às 14h00
A fotografia é herdeira direta do desenho e da pintura. A ideia de usar uma lente para projetar a luz sobre uma superfície e formar imagens vem dos pintores renascentistas, no século 16. Eles utilizavam a câmara escura – uma caixa que recebe luz por um buraquinho – para pintar imagens projetadas sobre uma tela.
Em 1837, no entanto, veio a novidade apresentada pelo francês Louis Daguerre, que obedecia o mesmo método, mas quem desenhava era a própria luz. Antes dele, porém, quem quisesse deixar uma imagem gravada para todo o sempre teriade contratar artistas.
Os reis pagavam os melhores, mas até o século 18, na Europa, era comum pais de família chamarem um desenhista qualquer para retratar sua família, como acontece até hoje em cidades do interior do Brasil ou em feiras nos grandes centros.
Alguns monarcas tinham artistas particulares (tal qual algumas celebridades de hoje, que têm fotógrafos oficiais), como era o caso dos espanhóis Felipe IV, que só aceitava ser pintado por Die-go Velázquez, e Carlos IV, modelo exclusivo de Francisco de Goya. Um luxo!
Sem fotos, o desenho também era importante como estratégia militar. Para ganhar a confiança de Napoleão, seus comandantes tinham que saber desenhar. E não é que faziam mapas bonitinhos? Desenhos malfeitos de Galipolli, por exemplo, na costa da Turquia, resultaram em tragédia durante a Primeira Guerra.
Fiando-se num mapa desenhado anos antes, os ingleses desembarcaram no local achando que ali havia uma praia. Era uma pirambeira e milhares de soldados morreram.
