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Desventuras / Mundo

Maquiagem já chamava atenção nos tempos de Cleópatra

Nascida milênios antes de Cristo, a moda da maquiagem viveu seu apogeu no século 20

Flávia Ribeiro Publicado em 19/12/2021, às 10h00

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Elizabeth Taylor como Cleópatra - Divulgação/20th Century Fox
Elizabeth Taylor como Cleópatra - Divulgação/20th Century Fox

Considerada uma das primeiras femmes fatales da Antiguidade, Cleópatranão foi apenas uma referência de sensualidade e poder político. A rainha foi também um exemplo de vaidade feminina a ser copiada — para hidratar a pele, ela tomava banhos diários de leite de jumenta.

Foi Cleópatra ainda quem popularizou o uso do kohl, uma mistura de carvão e chumbo usada para contornar de preto os olhos. Seu cuidado minucioso com a aparência reafirmava, já no século 1 a.C., a maquiagem como um acessório fundamental na rotina feminina — e masculina.

Desde sua invenção, os cosméticos evoluem no mesmo compasso das transformações sociais. Na França prérevolucionária, eles marcaram os rostos exageradamente pintados de homens e mulheres. Em meio às repressões inglesas do século 18, davam o tom esbranquiçado da pele, principalmente a do rosto — na Idade Média, era comum o uso de sanguessugas para retirar o “excesso” de sangue da face.

Em 1770, o Parlamento inglês se armou contra os artifícios sedutores da maquiagem. Em uma lei (vetada), eles diziam que as mulheres que “seduzirem ou atraírem ao matrimônio qualquer súdito de Sua Majestade por meio de perfumes, pinturas, cosméticos (...) ficam sujeitas à penalidade da lei que agora entra em vigor contra a bruxaria”.

Mas, em 1906, o culto às peles alvas iria por terra com os pós de arroz de tons de bege. A maquiagem mais uma vez se transformava. Daí em diante, ela evitaria o ostracismo se renovando sempre: batons, blushes e sombras surgiram em uma infinidade de cores.

1. Giz negro

Os povos da Mesopotâmia (atual Iraque) usam o kohl para unir as sobrancelhas, o sulfito de antimônio (pó escuro e tóxico) como sombra, o açafrão para colorir unhas e terra vermelha com frutas silvestres vermelhas maceradas como blush. Os olhos são marcados como os de Inanna, deusa da fertilidade do povo Sumério.

Representação de mulheres egípcias maquiadas com kohl / Crédito: Domínio Público/ Crative Commons/ Wikimedia Commons

2. Busto esverdeado

Cremes à base de giz e óleo de oliva davam um tom alvo à pele, acentuado pela pintura das veias do peito e têmporas e pescoço com índigo (corante azul). Homens e mulheres aumentavam os olhos com kohl, como os da rainha Nefertiti. Havia o ocre, para lábios e maçãs do rosto, e carbonato de cobre, que dava um tom verde às pálpebras.


3. Blush escorregadio

Na Antiguidade clássica, a maquiagem feita à base de óleos naturais, sem fixadores como os de hoje, brigava com o calor do verão mediterrâneo. Um texto creditado ao romano Ovídio ressalta os exageros: “Como não sentir repugnância diante da pintura espessa se dissolvendo e escorrendo até seus seios?” O objetivo era ter uma pele tão clara quanto a da poetisa Safo de Lesbos.


4. Face alva

As mulheres da nobreza usavam máscaras de farinha de trigo, mel, óleo e sanguessugas para clarear a pele — já os homens de Roma se cobriam com pós brancos à base de farinha ou cal. No rosto, passavam pós de alvaiade (feito de minérios) e acentuavam as veias com índigo. Bochechas e lábios eram rosados. A maquiagem colorida, ligada à noção de pecado, não era bem-vista no Ocidente.


5. Pintas de tecido

A rainha Catarina de Médici foi a responsável por popularizar a maquiagem na França do Renascimento. Era costume abusar do alvaiade, do índigo e de ruges de zarcão. Mulheres raspavam as sobrancelhas para redesenhá-las.

Pintura de Catarina de Médici / Crédito: Domínio Público/ Crative Commons/ Wikimedia Commons

6. Maquiagem animal

O maquiador particular de Maria Antonieta cria nove tonalidades de ruge exclusivas para a rainha. A cochonilha (um corante de cor carmim), retirada de um inseto de mesmo nome, se tornou a base principal para o ruge. Já o pó facial passou a ser feito com subnitrato de bismuto.


7. Bastão de batom

A ciência entra em ação quando Max Factor, químico profissional, abre sua loja de maquiagem. A partir daí, ele e o filho criam as versões atuais do gloss, da base e do pancake. Em Paris, surge o batom em bastão, em 1921, e as melindrosas abusam do rímel e pintam a boca em forma de coração.

A maquiagem muda de maneira rápida: lábios vermelhos no pós-guerra e tons pastel nos anos 1960. Na era Disco, rosa, azul e verde dão cor às sombras. Em 1980, chegam os cosméticos de longa duração.


8. Make high-tech

A cosmetologia busca embelezar ao mesmo tempo em que trata da pele de homens e mulheres, com produtos como bases com filtro solar e até batons hidratantes. A ideia é unir a função estética da maquiagem com a proteção aos efeitos de radiação, calor ou frio intensos ou usar o cosmético para ajudar a corrigir imperfeições na pele.