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Desventuras / Egito Antigo

A morte dos deuses e o mistério da tumba de Nefertiti

O faraó Aquenáton e sua esposa, Nefertiti, colocaram em prática uma reforma revolucionária no Egito Antigo

Vítor Soares, professor de História Publicado em 20/12/2021, às 08h54

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Busto de Nefertiti, rainha do Egito Antigo - Giovanni from Firenze via Wikimedia Commons
Busto de Nefertiti, rainha do Egito Antigo - Giovanni from Firenze via Wikimedia Commons

Um dos acontecimentos que mais abalou o milenar Império Egípcio foi a reforma monoteísta de Aquenáton, faraó entrou no poder do Egito em 1.353 a. C. Ele e sua esposa Nefertiti decidiram então questionar algo que era inquestionado a quase dois milênios: os deuses.

A ideia era revolucionária. O faraó decidiu que, da noite para o dia, todo o panteão de deuses egípcios seriam esquecidos. O politeísmo — crença em vários deuses diferentes — seria substituído por um monoteísmo — a crença em apenas um deus.

Amon-Rá, Ísis, Osíris, Hórus, Set e muitos outros deuses que possuíam inúmeros templos e seguidores espalhados por todos os cantos da civilização africana deveriam ser esquecidos porque o faraó decidiu. Era como se todos eles tivessem morrido.

No lugar de todos os deuses, apenas Áton, o deus do círculo solar, seria legítimo e o próprio faraó Aquenáton seria a sua reencarnação na terra. Que conveniente. Na verdade, os faraós egípcios sempre foram considerados uma reencarnação do deus Hórus, então essa parte nem era a mais surpreendente.

A esposa de Aquenáton, Nefertiti, contribuiu muito para que a sociedade aceitasse essa mudança radical na religiosidade.

"Nefertiti contava com grande empatia e carisma entre a população, dando alguma popularidade ao culto de Áton, combatido pelos poderosos sacerdotes egípcios, que preferiam os deuses tradicionais", afirma a historiadora Deborah Vess, da Universidade de Geórgia, nos Estados Unidos.

O busto da rainha egípcia / Crédito: Jesús Gorriti via Wikimedia Commons

O período de adaptação à nova religião foi muito turbulento. De acordo com o egiptólogo Antônio Brancaglion Júnior, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): "Quem foi esperto e mudou de religião teve seu emprego garantido (...) Quem não o fez acabou perseguido, preso e banido".

Mas esse período monoteísta não durou muito tempo. Em 1366 a. C. O faraó Aquenáton morre. Provavelmente de causas naturais.

A maioria dos egiptólogos afirma que após a morte de Aquenáton quem governou o Egito foi a sua esposa, Nefertiti. E por mais que ela tenha tido um papel importantíssimo na rigidez do monoteísmo, com a morte do marido, morria também o deus Áton.

Poucos anos após a morte do faraó, o monoteísmo foi extinto e o antigo culto aos deuses tradicionais voltou a ser oficializado por todo o Império. Nunca descobriu-se exatamente por que Nefertiti retomou à religiosidade politeísta tradicional e abandonou a drástica reforma religiosa que o seu marido fez.

Segundo a historiadora Anna Cristina Ferreira de Souza, da Universidade Federal Fluminense (UFF), "Aquenáton deixou o Egito em crise. Após sua morte, vários setores da sociedade se revoltaram contra o trono.

Para ela, "o retorno ao culto a Amon-Rá deve ter sido uma forma que a nova faraó encontrou para contar com o apoio do maior número possível de pessoas e pacificar o país". Muitos historiadores e egiptólogos concordam come essa hipótese, mesmo sem provas materiais.

Em 2017 o arqueólogo Nicholas Reeves, da Universidade do Arizona (EUA) disse que teria encontrado a múmia de Nefertiti. Segundo o pesquisador, ela estaria sepultada dentro da tumba de Tutancâmon, o jovem faraó que era provavelmente enteado de Nefertiti.

A múmia de Tutancâmon foi encontrado intacta em 1922 pelo arqueólogo britânico Howard Carter, no que é tido por muitos como a maior descoberta arqueológica de todos os tempos.


No episódio de hoje do podcast ‘Desventuras na História’, contamos detalhes sobre a vida e morte de Nefertiti, a sacerdotisa do Egito Antigo que foi adorada como uma deusa. Além disso, falamos sobre a emblemática figura desta rainha. 

No 'Desventuras na História', você também pode conferir a trajetória de outros personagens históricos, como: Maria Antonieta, Dante AlighieriAlexandre, O Grande, Gengis Khan, Dom Pedro I e Carlos Marighella.

Abaixo, você confere o episódio "A emblemática saga de Nefertiti, a sacerdotisa do Egito Antigo".

No 'Desventuras na História', você também pode conferir a trajetória de outros personagens históricos, como: Maria Antonieta, Dante AlighieriAlexandre, O Grande, Gengis Khan, Dom Pedro I e Carlos Marighella.


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