Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Desventuras / Inglaterra

Na Inglaterra, curioso imposto era cobrado para quem tinha muitas janelas

Mais lidas do ano: Até meados do século 19, os ingleses tiveram de pagar imposto baseado na quantidade janelas em suas casas

Redação Publicado em 18/04/2022, às 13h54 - Atualizado em 30/12/2022, às 11h57

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Casas na Inglaterra - Getty Images
Casas na Inglaterra - Getty Images

Ao longo da história da humanidade, diferentes governos ao redor do mundo cobraram impostos, no mínimo, estranhos de sua população. Sem dúvidas, uma das cobranças mais curiosas, foi o imposto sobre janelas, instituído na Inglaterra em 1696. O imposto era progressivo, isto é, variava conforme o número de aberturas nas residências. 

A princípio, imóveis que tivessem dez janelas ou menos deveriam pagar somente o imposto residencial de 2 xelins (antiga moeda no Reino Unido), assim isentos da cobrança. A partir de onze janelas, no entanto, os proprietários tinham de pagar um determinado valor.

Teoria vs. prática

Em teoria, os mais pobres viveriam em casas menores e com menos janelas, de modo que pagariam menos tributos, segundo registrou o site do Parlamento Britânico.

Nas zonas rurais, a ideia até que funcionava. No entanto, a dor de cabeça acontecia nas cidades. Isso porque os cidadãos mais pobres sofriam com os altos tributos. Isso acontecia porque, nas zonas urbanas, era incomum que pessoas pertencentes às classes trabalhadoras vivessem em casas individuais.

O habitual era que morassem em grandes construções, que assim abrigariam várias famílias. No caso daqueles que pagavam aluguel, houve aumento do valor cobrado pelos proprietários.

Janelas fechadas

Para evitar a cobrança de impostos, muitas residências tiveram suas janelas fechadas com tábuas. Por outro lado, os novos prédios passaram a ser construídos com poucas aberturas, gerando problemas de ventilação nos alojamentos.

No entanto, além de tudo isso, havia ainda outro problema. A lei não dava detalhes sobre o que poderia ser considerado uma janela, dando margem para interpretações em casos de pequenas aberturas nas paredes. Tudo piorou em 1766, quando o imposto passou a ser cobrado nos casos de residências com sete ou mais janelas.

Sem janelas suficientes, as pessoas que viviam em locais sem luz e ventilação tornaram-se mais sujeitas a epidemias de doenças como tifo, varíola e cólera.

Construção antiga na cidade de Salisury / Crédito: Imagem de falco por Pixabay 

Conforme apontou um relatório do Dr. DB Reid, publicado em 1845, o Comitê de Saúde local 'testemunhou o efeito maléfico da operação do imposto de janela'.

"É de opinião unânime que o bloqueio das numerosas janelas causado pela ansiedade de seus proprietários de escapar do pagamento do imposto, em muitos casos, agravou ou foi a causa primária de muitas doenças e mortalidade', dizia o texto.

Campanha contra o imposto

Por mais que fosse bastante impopular, o imposto sobreviveu no país até meados do século XIX, quando já havia documentos suficientes que comprovavam os malefícios causados pela falta de iluminação e ventilação adequadas nas residências. Todavia, o fim da cobrança veio a ocorrer somente no ano de 1851.