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Desventuras / Arqueologia

Os impressionantes túmulos coloridos descobertos na Turquia

Pinturas do local apresentam figuras mitológicas como Eros, Hermes e Medusa

Fabio Previdelli Publicado em 07/11/2021, às 09h00

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Pinturas encontradas em uma das tumbas - Divulgação/ Blaundos Archaeological Excavation Project Archive
Pinturas encontradas em uma das tumbas - Divulgação/ Blaundos Archaeological Excavation Project Archive

A antiga cidade episcopal romana de Blaundos foi fundada na Ásia Menor depois que Alexandre, o Grande conquistou a costa do Egeu por volta de 334 a.C.

Situada entre vales e cânions, foi fundada por um comandante de mesmo nome que serviu o ex-rei da Macedônia. Governada por romanos e bizantinos, a região floresceu durante anos. 

Por lá, há mais de 150 anos, arqueólogos descobriram uma necrópole construída dentro de rochas do local. Considera-se que a cidade possui um dos maiores cemitérios desse tipo no mundo.

Porém, pesquisas mais detalhadas só passaram a serem feitas mais recentemente, a partir de 2018. E, como se pode imaginar, as descobertas são fantásticas e prometem remodelar a maneira como a cidade se comporta. 

Um lugar, até então, comum

Quem visita os desfiladeiros de Usak, cidade que fica no oeste da Turquia, pode até deixar passar a paisagem rochosa irregular e acinzentada. Mas seu exterior esconde um mundo interior repleto de cores e desenhos rebuscados que servem como decoração para o local de descanso de centenas de pessoas. 

A parte externa do desfiladeiro/ Crédito: Divulgação/ Blaundos Archaeological Excavation Project Archive

Por lá, 400 tumbas talhadas foram descobertas onde ficava a antiga cidade de Blaundos. Alguns espaços são quartos particulares, outros abrigam várias câmaras, e diversas delas exibem ilustrações romanas coloridas que foram feitas nas paredes.

Apesar do tempo — e de outros fatores que serão explicados mais abaixo — ter danificado algumas delas, ainda é possível distinguir representações de videiras, animais e figuras mitológicas como Eros, Hermes e Medusa

Apesar das escavações serem consideradas “às vezes perigosas”, conforme define o arqueólogo Birol Can, da Universidade de Usak, que liderou as buscas no local, o resultado foi um tanto quanto revelador.

Descobriu-se que as sepulturas familiares foram “intensamente usadas” após o segundo século. Até então, o local havia sido projetado como quartos individuais, mas os espaços foram expandidos ao longo dos anos para acomodar mais sepulturas. 

Essas salas não foram criadas de uma só vez. A partir dos vestígios nas paredes, percebe-se que essas tumbas foram originalmente projetadas como uma única sala”, explica em entrevista ao Live Science. 

“No entanto, com o tempo, quando não havia lugar para sepultamento neste quarto único, o quarto foi expandido para dentro e o segundo, o terceiro e o quarto foram adicionados”, completa. 

Além disso, percebeu-se que a maioria das tumbas tinham características semelhantes. “Há sarcófagos em arco esculpidos na rocha na frente das paredes de cada quarto”, revelou ao Daily Sabah.

Tumbas encontradas no local/ Crédito: Divulgação/ Blaundos Archaeological Excavation Project Archive

“Além desses, lugares que se acredita serem usados ​​para cerimônias fúnebres também foram encontrados dentro dos túmulos de pedra. A porta principal dos túmulos foi fechada com uma porta de mármore e reaberta durante os tempos de sepultamento ou cerimônia no passado”, explica o arqueólogo. 

Fora os afrescos e os túmulos, os pesquisadores também encontraram diversos objetos nas áreas de sepultamento, como espelhos, diademas, anéis, pulseiras, grampos de cabelo, instrumentos médicos, cintos, copos e lamparinas.

Porém, conforme explica o All That's Interesting, as tumbas não estavam totalmente intactas e tampouco os objetos estavam perfeitamente preservados. Isso porque, ao longo dos anos, o local foi danificado não só por ladrões de túmulos, que quebraram as sepulturas e roubaram itens, como também por pastores que usavam o local como abrigo, muitas vezes causando um incêndio nocivo para as paredes dos túmulos. 

Os afrescos estavam cobertos por uma camada densa e negra de fuligem devido aos incêndios que ocorriam naquela época [pelos pastores]”, relatou Can

Porém, um serviço de restauração trouxe muitos afrescos à vida novamente, revelando vinhas verdes onduladas, flores douradas, cachos de uvas e símbolos romanos clássicos. “Além desses, figuras mitológicas — como Hermes, Eros e Medusa — e animais como pássaros e cães estão incluídos nos amplos painéis”, diz o arqueólogo. 

Ruínas de pedra no sítio arqueológico Blaundos/ Crédito: Klaus-Peter Simon via Wikimedia Commons

Can diz que ainda existem centenas de tumbas para serem exploradas e que possui a esperança de que sua equipe conseguirá restaurar o brilho interior de cada uma delas. O pesquisador espera que o processo possa oferecer às pessoas uma visão íntima de como os antigos romanos viveram — e morreram.


Relacionando o tema, você poderá conhecer a história de Alexandre, o Grande, no podcast 'Desventuras na História'.

Com narração de Vítor Soares, professor de História, o episódio relembra fatos e curiosidades sobre a vida pública e íntima do líder militar da antiguidade.

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