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Testeira

O que acontece em um cérebro com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

O TDAH é uma desordem crônica, complexa e multifacetada do neurodesenvolvimento

Fabiano de Abreu* Publicado em 14/11/2021, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa - sbtlneet, via Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - sbtlneet, via Pixabay

Desatenção, impulsividade e hiperatividade, todas são características que podem indicar a presença do TDAH. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimam que, em 2019, cerca de 2 milhões de adultos já apresentavam a condição no Brasil.

No estudo que fiz, aprovado pelo comitê científico e publicado pela Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, foi possível perceber uma redução de volume e funcionamento da substância branca e cinzenta do cérebro de pacientes com TDAH, relacionadas a funções de atenção, planejamento cognitivo, processamento e comportamento.

Um outro ponto é que, recentemente, o papel do córtex pré-frontal foi relatado como de extrema importância devido a sua interconexão com outras áreas vitais, como núcleos caudados e o cerebelo, que juntos estão envolvidos na regulação da atenção e do comportamento.

É importante considerar a complexidade do TDAH, visto que, atualmente, a teoria mais aceita para as causas do transtorno, são de que há uma disfunção da dopamina cerebral, o neurotransmissor envolvido na regulação motora e circuitos motivacional e atencional.

No entanto, devido a essa complexidade, não há consenso entre a classe médica sobre uma definição exata e nem na quantificação das diferenças entre as atividades neuronais presentes em pacientes com ou sem o TDAH.

Porém, ao longo dos anos, a fisiologia do transtorno foi sendo refinada. De modo que, imagens cerebrais e biologia molecular começaram a revelar anormalidades no funcionamento cerebral das pessoas atingidas. Mesmo assim, a diversidade e a especificidade das patologias cognitivas dificultam o diagnóstico.

Por isso, considero imprescindível que sejam realizados trabalhos com diferentes profissionais que usem metodologias de pesquisa padronizadas e que possam ser comparadas com outros grupos de pesquisa, somente assim a ciência poderá avançar no tratamento e na melhora de qualidade de vida desses pacientes.

Eu acredito que não somente precursores genéticos, mas também os hábitos e comportamentos da cultura atual, podem resultar no desenvolvimento do TDAH.


Biografia resumida do colunista Dr. Fabiano de Abreu Rodrigues

PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, psicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos; Membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências. Universidades em destaque: Logos University International, UniLogos, Nova de Lisboa, Faveni, edX Harvard, Universidad de Madrid.


**A seção 'Coluna' não representa, necessariamente, a opinião do site Aventuras na História.