Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Galeria / Galeria

Flavio de Carvalho: O cinquentão que estreou a saia masculina no Brasil

Flavio de Carvalho estava em busca de uma “Civilização nua”

Redação AH Publicado em 17/01/2019, às 06h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Flavio de Carvalho dando um rolê com o "New Look" - Wikimedia Commons
Flavio de Carvalho dando um rolê com o "New Look" - Wikimedia Commons

O simpático senhor na imagem acima é engenheiro de formação. Estudou na Inglaterra e tudo, mas, quando voltou ao Brasil e se radicou em São Paulo, já havia se transformado em artista plástico, cenógrafo, decorador, escritor, arquiteto e estilista - ainda que a palavra não constasse em dicionários de português no Brasil dos anos 50.

Pois Flávio de Carvalho, todo prosa, vestiu-se com o que imaginava ser a roupa do futuro. Chamou o troço de New Look e foi para a rua cumprir o que batizou de Experiência nº 3. Era 18 de outubro de 1956. Ele escrevia uma coluna sobre arquitetura no Diário de São Paulo (sem relação com o jornal atual). Seu editor pediu que desenhasse uma roupa para homem - e ele resolveu desfilar seu modelito pelo centro da cidade.

O "New look" de Flavio Carvalho Wikimedia Commons

O engenheiro acreditava que o maior flagelo do brasileiro era o calor. Então criou uma saia de náilon e uma camisa bufante. As meias eram do modelo arrastão e ele calçava sandálias de couro. Na cabeça, um chapéu, que não aparece na foto. Mas a roupa caberia melhor em outro cenário. Carvalho imaginava para o futuro o que chamou de A Cidade do Homem Nu. Uma metrópole futurista onde não havia lugar para Deus, propriedade privada e casamento.

"A Cidade do Homem Nu busca a ressurreição do primitivo, livre de tabus ocidentais. O selvagem com todos os seus desejos, toda a sua curiosidade intacta e não reprimida como era pela conquista colonial. Em busca de uma civilização nua!", escreveu. Imaginou sua cidade formada por círculos concêntricos: um para ensino, outro de criação, um laboratório erótico (para liberar a libido, sem repressão) e um enorme centro de pesquisa sobre as "maravilhas do universo e o prazer da vida".