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Galeria / Racismo

Nas olimpíadas do México, dois negros se manifestaram contra o racismo nos EUA

Um gesto que marcou a história das olimpíadas

Redação AH Publicado em 16/01/2019, às 06h00 - Atualizado às 08h36

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Tommie Smith e John Carlos - Reprodução/Associated Press
Tommie Smith e John Carlos - Reprodução/Associated Press

Um protesto silencioso de dois atletas norte-americanos contra a discriminação racial nos Estados Unidos marcou os jogos Olímpicos da Cidade do México. Em 17 de outubro de 1968, Tommie Smith e John Carlos, respectivamente medalhistas de ouro e bronze nos 200 metros rasos, de luvas negras e punhos cerrados ao alto, permaneceram com as cabeças inclinadas durante a execução do hino nacional de seu país.

O gesto remetia aos Panteras Negras, partido fundado em 1966 que defendia o armamento dos negros como forma de defesa, além de indenizações pelo período de escravidão.

Colegas da equipe de atletismo na Universidade de San José, na Califórnia, Smith e Carlos cogitaram não participar dos jogos, por sugestão do amigo sociólogo Harry Edwars. O grupo de Edwards, batizado de Projeto Olímpico para os Direitos Humanos (OPHR, na sigla em inglês), ganhou o apoio de esportistas e líderes dos direitos civis, mas o boicote total não se materializou. Inspirados pelas palavras do sociólogo, porem, os corredores planejaram a manifestação.

Na cerimônia, Smith ergueu o braço direito para representar o poder negro nos EUA, enquanto Carlos levantou o esquerdo, simbolizando a unidade da raça. Ao lado dos colegas, o ganhador da prata, o australiano Peter Norman, se solidarizou usando o símbolo da OPHR em seu uniforme.

Mas aquele conturbado final dos anos 1960, nem todos aprovaram o ato: os competidores foram vaiados e, em poucas horas, condenados pelo Comitê Olímpico Internacional- que proíbe aos participantes dos Jogos o uso de símbolos relacionados a qualquer facção ou movimento político.

“Sabíamos que o que íamos fazer era muito maior do que qualquer façanha atlética”, disse Carlos em entrevista coletiva após a solenidade.  Já Smith relatou o que significava à época fazer parte de uma equipe com atletas brancos. “Na pista você é Tomie Smith, o homem mais rápido do mundo. Mas nos vestiários você não é mais nada do que um negro sujo.”