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Por dentro do bacanal

A arte de pompeia explica o ritual - e não era como se imagina

Redação AH Publicado em 19/05/2017, às 12h18 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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Uma bacante (ou mênade) dançarina, parte do cortejo de Dionísio em sua passagem pela Terra - Wikimedia Commons
Uma bacante (ou mênade) dançarina, parte do cortejo de Dionísio em sua passagem pela Terra - Wikimedia Commons

ARTE & HISTÓRIA 

Bacanais, as festas para o deus do vinho Baco, tradicionalmente eram celebrados a partir de 16 de março (ou celebradas, a palavra, algo adequadamente, admite dois gêneros). Havia dois tipos de bacanal: a festa pública, para foliões em geral, e os rituais secretos, dos verdadeiros discípulos do deus. É desse segundo que vamos tratar, conforme retratado em Pompeia.

Quase tudo o que as pessoas imaginam sobre Baco (também chamado de Dionísio) e os bacanais está errado. A visão popular de uma orgia desenfreada vem basicamente de calúnias criadas por gente que odiava o culto. E isso foi bem antes do cristianismo. O escritor romano Tito Lívio descreveu os rituais como orgias perversas, onde os iniciados eram estuprados ou até mesmo sacrificados - após assinarem testamentos deixando seu dinheiro aos outros. 

É consenso hoje que Lívio estava muito provavelmente exagerando. Porque os bacanais perturbavam a moral tradicional romana: dominados por mulheres, escravos e estrangeiros, eram considerados uma quebra radical dos valores. E essa era a precisamente a ideia por trás do culto, a liberação das restrições sociais através do vinho, música e dança, a subversão da normalidade. 

Em 186 a.C., a república romana tentou enquadrar o culto a Dionísio, criando uma lei que basicamente proibia os rituais. Para a maioria dos romanos, o culto a Baco/Dionísio seria misturado ao do deus Líber, uma celebração pública e bem mais simples de uma fertilidade predominantemente masculina. 

No sul da Itália, porém, os rituais dionisíacos continuaram a ocorrem em segredo. E Pompeia era uma delas. A Vila dos Mistérios recebe esse nome pelos murais que retratam em detalhes e em sequência o que parece ter sido um ritual de iniciação de uma sacerdotisa ao mistério dionisíaco. Um culto exotérico cujos detalhes iam muito além do sexual. De fato, se sexo era uma parte direta do ritual, não é o que aparece nos murais. Ainda que eles sejam cheios de detalhes sensuais e sugestivos.

Os afrescos datam do começo do século 1 e parecem ter adornado a sala dos devotos de Baco por décadas, até o fim trágico da cidade pela erupção do Vesúvio, em 79. O mural mostrado nos detalhes a segunda parte de sete. 


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O que acontecia no bacanal