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A História do Jeep

O 4x4 original surgiu de um projeto urgente da Segunda Guerra

Fabio Marton Publicado em 24/03/2016, às 09h28 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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Jeep utilizado durante a Segunda Guerra nas Ilhas Salomão - divulg
Jeep utilizado durante a Segunda Guerra nas Ilhas Salomão - divulg
No início de 1941, estava cada dia mais claro que os Estados Unidos não conseguiriam seguir o desejo da maioria da sua população e se manter fora do conflito criado pelas potências do Eixo na Europa e na Ásia. Mas não era só a opinião popular que contava contra o envolvimento: o país também estava totalmente despreparado em matéria de veículos leves. O Exército só contava com motos, sidecars e os folclóricos Fords Modelo T. Se a coisa continuasse desse jeito, eles teriam que entrar na guerra com cavalos. 
Em julho, o governo lançou uma concorrência para criar um veículo com tração 4x4, com no máximo 590 quilos de peso vazio e 11,5 mkg (metros por quilo) de torque. Das 135 empresas procuradas, apenas três responderam: a Bantam, a Willys-Overland e a Ford. Somente a primeira apresentou o protótipo no exíguo prazo de 49 dias, mas, como o desempenho do modelo Willys se mostrou superior, ele acabou sendo escolhido, ainda que pesasse mais de 1100 kg. 
O Willys MB, seu nome original, rapidamente caiu nas graças dos soldados. Ele servia para tudo: podia fazer reconhecimento por qualquer terreno, transportar tropas e munições, atuar como base para armas leves e até como ambulância. Cerca de 700 mil unidades seriam produzidas durante a guerra, algumas delas indo parar na União Soviética. Já em 1941 ele ganhou o carinhoso, e misterioso, apelido de “Jeep”, palavra que não significava nada no dicionário. 
A origem do apelido é uma incógnita. Uma das teses é que viria de GP, general purpose, “propósito geral”, termo técnico que é lido como “gi pi” em inglês. Outra é que jeep seria uma gíria para qualquer protótipo – e, de fato, foi usada até para aviões. Mas isso era coisa de engenheiros. A teoria mais aceita é que veio do desenho animado do Popeye – no qual figurava um bichinho chamado Eugene, the Jeep, que veio da floresta, era mágico e resolvia qualquer situação. 
Seja como for, o nome colou, assim como o veículo, que seria vendido ao público geral depois da guerra e se tornaria sinônimo para todos os veículos civis de recreação fora da estrada. A marca em si mudou de dono muitas vezes: pertenceu à Willys até 1953; depois foi para a Kaiser; depois, AMC, Chrysler; e hoje pertence à Fiat. 

O Jeep no Brasil
A Willys-Overland chegou ao país no governo Getúlio Vargas, em 1952. Os primeiros Jeeps nacionais começaram a ser vendidos dois anos depois. Eles seriam produzidos aqui até 1984, inclusive em fábricas pioneiras no Nordeste.  Num país de estradas ruins, acabou se tornando parte do folclore automobilístico nacional, tanto quanto a icônica picape Rural Willys, da mesma marca, e o Fusca.