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Mais lidas: 27 anos depois, Allegra Gucci ‘conta a verdade’ que Casa Gucci não mostrou

Filha de Maurizio Gucci, herdeiro de uma das maiores marcas do mundo, Allegra quebra o silêncio

Fabio Previdelli Publicado em 14/03/2022, às 15h33 - Atualizado em 19/03/2022, às 00h00

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Pôster do filme 'Casa Gucci' - Divulgação/Universal Pictures
Pôster do filme 'Casa Gucci' - Divulgação/Universal Pictures

Em novembro do ano passado, grande parte do público brasileiro foi apresentado ao assassinato de Maurizio Gucci, herdeiro de uma das maiores marcas do mundo, através do lançamento do longa ‘House of Gucci’, dirigido por Ridley Scott, baseado na obra homônima de Sara Gay Forden (publicada pela Editora Seoman).

Prestes a completar 27 anos do crime, que ocorreu em 27 de março de 1995, a filha mais velha de Maurizio e Patrícia Reggiani — responsável pelo assassinato —, resolveu “contar a verdade” sobre a perda de seu pai. 

Maurizio Gucci, neto do fundador da marca Gucci/ Crédito: Divulgação/Youtube/RAI

Para isso, Allegra Gucci escreveu o livro ‘Fine dei giochi. Luci e ombre sulla mia famiglia’  (ou ‘Fim dos Jogos. Luzes e sombras sobre minha família’ em tradução livre), que será lançado amanhã, 15, onde conta a história através de seu ponto de vista e o da sua irmã, Alessandra. Na obra, ela também fala sobre a perda do pai, a relação com mãe e também sobre a cobertura do caso através da mídia. 

O livro sobre a 'verdade'

Por 208 páginas, Allegra revela os “fatos misteriosos de alguns protagonistas" da história sombria. Além do mais, a filha de Maurizio relata que “movimentos bancários suspeitos” aconteceram, no que diz respeito à sua herança. 

Allegra também coloca fim à memórias imprecisas que se tornaram ‘verdades’ diante da opinião pública, sendo replicadas, inclusive, no filme de Scott. À Vanity Fair, a filha de Gucci e Reggiani mostrou com exclusividade a capa do livro e deu mais informações sobre a obra. 

"Fiz esta entrevista, escrevi este livro porque tenho dois filhos pequenos. Vendo o clamor causado pelo filme 'Casa Gucci', eu não queria que eles crescessem sem saber a verdade. Eu reconstruí as memórias pedaço por pedaço. Às vezes eu sentia dor, outras vezes uma sensação de libertação. É minha carta para meu pai Maurizio, porque meu pai Maurizio está sempre aqui", declarou. 

Chegou a hora de compartilhar minhas palavras não mais só com você, querido pai. Há muito a dizer. Minha verdade, sua verdade, nossa verdade. Aquela história que está esperando para sair de muito tempo", disse Allegra, que explica que o livro é dedicado à Maurizio, que foi morto quando ela tinha 14 anos. 

Ela também comenta a relação com a avó, Silvana Barbieri Reggiani e com Paola Franchi, companheira de Gucci na época em que ele foi morto. "Entre meu pai e minha mãe houve uma bela história que durou 13 anos e foi interrompida pela separação em 1985. O casamento deles não acabou por causa de Franchi como muitas vezes foi noticiado nos jornais. A separação remonta há pelo menos 7 anos antes de sua relação".

Allegra ainda afirma que seu pai havia firmado um acordo de que não se casaria nunca mais. "Franchi não era a esposa do meu pai, ela não era minha mãe nem era amiga. Quando, em 1998, minha mãe foi considerada culpada, Franchi recorreu ao Tribunal de Menores indicando que meus bens e eu estávamos 'desordenados' e que ela estava se oferecendo para proteger a mim e aos meus interesses".

Sobre esse ponto, a filha de Maurizio relata que Paola nunca a deixou em paz. "Outro tapa. Eu, filha de pai assassinado e mãe presa, tive que sofrer isso também. Paola Franchi nunca nos deu trégua". Em relação à Silvana, Gucci a define como “manipuladora”.

Para ela só havia dinheiro e o poder que vem com ele. Ela nos manipulou fazendo-nos sentir culpadas. E manipulou os outros com o poder que adquiriu graças ao dinheiro".

Ela também acusa a avó de roubá-la: "Verificando os livros contábeis, percebemos que a avó escondia parte dos fundos destinados a nós e nossas despesas transferindo-os para suas próprias contas correntes".

Por fim, Allegra ainda desmistifica a figura de Giuseppina Auriemma, a ‘Pina’, ou como também é popularmente conhecida: “a feiticeira”, interpretada nas telonas pela atriz Salma Hayek. No longa, Pina é acusada de conspirar junto com Patrizia para a morte de Maurizio, porém, para a filha, a história nem sempre foi assim. 

"Durante 17 anos fui visitá-la todas as quartas e sextas que Deus mandou para a terra. Por muitos anos, minha irmã e eu acreditamos na inocência de nossa mãe, mas descobrimos pela TV e depois por suas meias frases que não era", completou.