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Notícias / Arqueologia

Os arqueólogos bebem demais. E excluem quem não vai ao bar

De acordo com a revista Science, os profissionais mais jovens se sentem obrigados a participar para fazer contatos

Alana Sousa Publicado em 07/12/2018, às 14h57 - Atualizado em 10/12/2018, às 10h24

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"A verdadeira conferência acontece no bar do hotel." - Reprodução
"A verdadeira conferência acontece no bar do hotel." - Reprodução

"A verdadeira conferência acontece no bar do hotel." Esse é um ditado comum entre os arqueólogos, mas parece que alguns estão levando isso muito a sério. Um longo dia de escavação, conferências ou apenas a celebração de uma descoberta são motivos suficientes para uma ida ao bar para esses profissionais. A revista científica Science publicou um artigo na última quinta feira com depoimentos de quem vive essa realidade.

É “um distintivo de honra”, diz Trish Fernandez, que dirige uma empresa de gestão de recursos culturais na Califórnia. Esse hábito é adquirido logo no começo da carreira, no convívio com os mais experientes. As noites passadas tomando cerveja enquanto trocam histórias sob as estrelas podem representar oportunidades valiosas de conexão, diz Stephen Brighton, um professor associado da Universidade de Maryland em College Park.

Alunos de graduação e pós graduação vêem a situação como a ótima oportunidade para criar ligações fortes, tanto para carreira como para a vida. Mesmo aqueles que não têm idade para beber conseguem fácil acesso em lugares remotos, problema que é difícil de ser controlado. 

A obrigação de fazer parte de um circulo social recai também sobre as mulheres, que ainda carregam o peso do preconceito e da competição entre gêneros. "Você realmente tem que ser capaz de manter a sobrevivência, porque você nunca é realmente um dos caras", diz Trish Fernandez. Em alguns casos esse grupo pode ser bastante seleto, excluíndo aqueles que não bebem e desencorajando a diversidade em seu campo. 

Apesar da cultura da bebida, o alcoolismo não é um tema recorrente entre os estudiosos. Muitos deles afirmam que conhecem pessoas que bebem demais. A linha de pensamento deles, muito comum na sociedade, é que, se você fizer seu trabalho e não violar a lei, o que acontece fora do expediente é problema pessoal. 

Alguns profissionais estão procurando alternativas fora dessa "bolha". É o caso de Laura Heath-Stout, candidata a Ph.D. da Universidade de Boston. Ela diz que gosta de tomar cerveja com as pessoas, mas dentro de limites razoáveis. O conselho importante que ela deixa é: “Só porque todo mundo está fazendo isso não significa que você precisa. É só encontrar o seu pessoal. ”