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Notícias / Justiça

Adolescente negro executado há 90 anos é absolvido de crime

O caso voltou à Justiça através do bisneto do advogado de defesa do jovem

Isabelly de Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 16/06/2022, às 16h51

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Prédio da Suprema Corte da Philadelphia, nos EUA - Divulgação/Google
Prédio da Suprema Corte da Philadelphia, nos EUA - Divulgação/Google

Executado há 91 anos, quando tinha 16 anos, Alexander McClay Williams foi inocentado nos Estados Unidos. Um juiz da Filadélfia declarou a sentença "nolle prosequi", oficialmente retirando todas as acusações contra este jovem negro acusado de homicídio.

Williams foi enviado ao internato para meninos Glen Mills e foi considerado culpado pelo assassinato da enfermeira Vida Robare, 34, que trabalhava no local. O corpo foi encontrado por seu ex-marido Fred Robare, também funcionário da escola. Fred nunca foi considerado suspeito, mesmo a enfermeira ter se separado devido à “extrema crueldade” do homem, o que foi ignorado pelos investigadores.

Williams foi considerado apontado como suspeito. Foi preso e, nos 17 dias seguintes, assinou três confissões diferentes, sendo interrogado cinco vezes sem a presença de um advogado ou familiar. O jovem acabou “confessando” o crime apesar de não ter nenhuma testemunha ou provas que o envolvessem diretamente.

O advogado do menino, William H. Ridley, o primeiro negro a ingressar na Ordem dos Advogados do Condado de Delaware, teve apenas 74 dias para montar uma defesa, sem nenhum recurso financeiro para contratar especialistas ou investigadores. O júri foi composto exclusivamente por brancos e durou menos de 2 dias. Em menos de 4 horas a culpa do rapaz estava estabelecida.

A anulação

Em 13 de junho, o promotor Jack Stollsteimer disse que a retirada das acusações contra Williams “é um reconhecimento de que as acusações contra ele nunca deveriam ter acontecido”. "Infelizmente, não podemos desfazer o passado. Não podemos reescrever a história para apagar os erros hediondos de nossos antepassados. No entanto, quando, como neste caso, a justiça pode ser feita reconhecendo publicamente nosso erro, devemos aproveitar essa oportunidade", afirmou o promotor.

Em 2017, o caso voltou à Justiça através de Sam Lemon bisneto do advogado que defendeu Williams na época. "Acreditamos que é do interesse da Justiça e da defesa da integridade de nossos tribunais fazer o que estiver ao nosso alcance para remediar esse erro", já que os direitos do jovem "foram irremediavelmente violados"

Susie Wiliam-Carter, irmã de Alexander McClay William, disse ao The Inquirer, via G1, que está feliz que tudo tenha acabado do jeito que deveria desde o começo. "Queríamos que fosse anulado, porque sabíamos que ele era inocente, e agora queremos que o mundo inteiro também saiba", diz Susie, de 92 anos, única parente viva do jovem executado.