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Notícias / Mianmar

Ajoelhada, freira suplica que oficiais não atirem em civis de Mianmar

Durante um protesto na última segunda-feira, dia 08, a voz de Ann Rose Nu Twang ecoou enquanto ela pedia pelo fim da violência

Pamela Malva Publicado em 11/03/2021, às 13h00

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Imagem da freira ajoelhada na frente de militares - Divulgação/Youtube
Imagem da freira ajoelhada na frente de militares - Divulgação/Youtube

Na última segunda-feira, dia 08, a freira Ann Rose Nu Twang marcou a história dos protestos contra o Golpe Militar em Mianmar. Trajada com suas vestes tradicionais, ela ajoelhou na frente dos policiais e suplicou: "Não atirem contra as crianças!".

Naquela tarde, manifestantes pró-democracia e birmanesas que defendiam o Dia Internacional da Mulher ocupavam as ruas de Mytkyina. Em determinado momento, contudo, os agentes do Exército dispararam bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, a fim de acabar com os protestos e dissipar o grupo de civis, segundo o G1.

Em resposta ao movimento dos oficiais, os manifestantes atiraram diversos objetos contra os soldados, enquanto encontravam esconderijos atrás de barricadas improvisadas. No meio de ambos os lados, Ann Rose sentia-se encurralada.

"Foi um momento de pânico. Estava no meio e não podia fazer nada. Mas não tive medo”, narrou a freira, em entrevista à AFP. De repente, Ann Rose se aproximou dos policiais e ajoelhou aos seus pés. Dois deles repetiram o movimento, em respeito.

Protestos que ocorreram no dia 22 de fevereiro em Mianmar / Crédito: Getty Images

"Eu supliquei que não atirassem [...], que em vez disso me matassem”, contou a freira. “Levantei as mãos em sinal de perdão.” Não muito longe da cena emocionante, outros agentes do Exército abriram fogo contra os manifestantes.

Ao som de tiros e explosões, outras duas freiras se aproximam de Ann Rose e tomam o lado da Irmã. “Parem, estão torturando e matando as pessoas”, interferiu uma das religiosas. “É por isso que as pessoas estão com raiva e protestam.”

Com o fim do conflito, as imagens da freira viralizaram no país, assim como a notícia de que três manifestantes foram assassinados naquela mesma tarde. Ao todo, segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos, 60 civis já morreram desde o Golpe Militar ocorrido no dia 1º de fevereiro. Outras 1,8 mil pessoas foram detidas pelo novo regime.