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Notícias / Arqueologia

Ancestrais dos seres humanos ‘enfrentaram’ vulcão após erupção

Há cerca de 350 mil anos, ao menos cinco indivíduos passaram por região italiana onde erupção ocorreu, aponta pesquisa

Fabio Previdelli Publicado em 05/01/2022, às 15h50

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Pegadas deixadas perto do vulcão - Domínio Público via Wikimedia Commons
Pegadas deixadas perto do vulcão - Domínio Público via Wikimedia Commons

Por volta de 350 mil anos atrás, um vulcão na região de Roccamonfina, no sul da Itália, entrou em erupção. Por mais que o fenômeno seja ‘comum’ em diversas partes do mundo, um fato chamou a atenção sobre o episódio. 

Afinal, segundo explica um artigo publicado no Journal of Quaternary Science, desenvolvido por cientistas italianos, um grupo de ancestrais dos seres humanos desbravou a região horas depois do evento. 

Entre cinzas e destroços do vulcão ativo, ao menos cinco indivíduos encaram as altas temperaturas — e a incerteza de uma nova erupção —  e deixaram algumas pegadas nas rochas, que são alvos de estudos desde 2001.

Apesar das duas décadas de estudo, pouco se sabe sobre o que motivou o grupo a enfrentar tamanho perigo e tampouco quem eles eram. Uma das poucas certezas é que eles não eram parecidos com a espécie humana que conhecemos hoje.

Vulcão Roccamonfina / Crédito: Twilight via Wikimedia Commons

Através de análises por datação de radiocarbono, descobriu-se que as marcas geológicas nas rochas indicam o período de 350 mil anos atrás — em termos de comparação, os Homo sapiens só desenvolveram seus traços 35 mil anos depois. 

A resposta para um desses mistérios pode ter sido descoberta na Espanha. No sítio arqueológico de Sima de los Huesos, localizado na serra de Atapuerca, no norte do país, pesquisadores descobriram indivíduos enterrados no local. 

O formato dos pés encontrados na rocha vulcânica, com o calcanhar alongado e com baixa elevação no arco, possui muitas similaridades com os pés dos indivíduos encontrados no sítio espanhol. 

Os restos mortais localizados em Sima de los Huesos pertenciam a uma espécie que viveu há pelo menos 330 mil anos. O que significa que os indivíduos poderiam ser neandertais, Homo heidelbergensis (uma espécie de hominídeos extintos), ou até mesmo de Denisovanos.

Decidimos manter pendente a atribuição a uma espécie específica”, explica o pesquisador principal Adolfo Panarello à New Scientist, em entrevista concedida em janeiro de 2020. 

Os arqueólogos, no entanto, ainda têm expectativas de determinarem características dos cinco indivíduos que caminharam perto do vulcão, como o gênero de cada um, sua massa corporal e até mesmo a altura que eles tinham.