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Notícias / Arqueologia

Antigos moradores de Pompeia foram os primeiros ambientalistas, afirma estudo

A cidade, que foi destruída após a erupção do Vesúvio, revelou evidências de que os cidadãos de 79 d.C. criaram um sistema de reciclagem

Nicoli Raveli Publicado em 27/04/2020, às 15h11 - Atualizado às 15h12

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Ruínas de Pompeia após a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. - Divulgação
Ruínas de Pompeia após a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. - Divulgação

Segundo novas descobertas realizadas por arqueólogos de Pompeia, os antigos moradores da cidade parecem ter sido pioneiros na arte da reciclagem. De acordo com os pesquisadores, a cidade da Itália datada de 79 d.C. revelou evidências de que os antigos habitantes dispunham de um sistema de descarte de lixo.

De acordo com a professora americana Allison Emmerson, uma das pesquisadoras que trabalha no sítio arqueológico, acredita-se que as pilhas de lixo foram resultados de um terremoto e preservadas como montes que eram, de fato, uma base para ciclos de uso e reutilização. 

“Descobrimos que parte da cidade foi construída com lixo. As pilhas do lado de fora das paredes não eram de material que foi descartado. Elas estão do lado de fora das paredes, sendo coletadas e classificadas para serem revendidas”, alegou a professora. 

Ainda segundo a pesquisadora, os montes foram feitos a partir de cerâmica e gesso e foram preservados como material de construção. Todavia, muitos foram removidos no século 20, quando ainda não havia uma ideia predominante sobre a reciclagem.

"Eu pensei que isso era muito estranho, porque eu vejo a cidade realmente se estendendo para fora dos muros até os subúrbios... Então, não fazia sentido para mim que eles também estivessem sendo usados ​​como aterros sanitários”, completou. 

Além disso, Emmerson afirma que o lixo jogado em lugares como latrinas ou fossas deixou para trás um solo rico e orgânico em Pompeia. Por outro lado, os resíduos que se acumularam ao longo do tempo nas ruas ou em montes fora da cidade resultam em um solo muito arenoso. "A diferença no solo nos permite ver se o lixo foi gerado no local onde foi encontrado ou coletado de outros lugares para ser reutilizado e reciclado".

Turistas na cidade de Pompeia, na Itália / Crédito: Divulgação 

Dessa maneira, a população da cidade vivia muito mais perto do lixo do que se esperava. "Não porque a cidade não tivesse infraestrutura e eles não se preocupassem em gerenciar o lixo, mas porque seus sistemas de gestão urbana estavam organizados em torno de princípios diferentes", comentou a professora.

Ela acrescentou ao dizer que esse é um ponto importante para a moderna crise do lixo. "Os países que mais efetivamente gerenciam seus resíduos aplicaram uma versão do modelo antigo, priorizando a mercantilização em vez da simples remoção".