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Notícias / Brasil

Após 18 anos, grupo de advogados pretende provar a inocência de Elias Maluco no caso Tim Lopes

Jornalista foi julgado, torturado e executado por traficantes do Rio, em 2002, enquanto produzia uma matéria sobre a exploração de menores em bailes funks

Fabio Previdelli Publicado em 22/01/2020, às 11h43

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Foto da prisão de Elias Maluco - Wikimedia Commons
Foto da prisão de Elias Maluco - Wikimedia Commons

Após, quase 18 anos do assassinato do jornalista Tim Lopes — que foi julgado, torturado e executado por traficantes do Rio de Janeiro —, um grupo de advogados pretende desarquivar o caso para provar a inocência de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco.

Na época, Elias foi sentenciado a 28 anos e seis meses de prisão por ter sido o mandante do crime, no entanto, a advogada Alexandra Oliveira Menezes acredita que Maluco é inocente. Alexandra teve o primeiro contato com o criminoso há cerca de dois anos, a pedido de outro detendo — que era cliente dela.

A partir disso, desde janeiro do ano passado, a advogada firmou parceria com o escritório do criminalista Eduardo Mayr. "Julgamentos como o que condenou o Elias costumam levar o dobro do tempo. Há detalhes do processo que não foram explorados. Vamos remexer com uma história que já estava enterrada”, disse Alexandra. Segundo o que aponta a defesa, Elias Maluco estava fora do Rio no dia do homicídio.

A decisão pela reabertura do caso, que já é tido na justiça como resolvido, se deu após a publicação no Diário Oficial da União de um ato do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em janeiro de 2019, quando os advogados foram autorizados a investigar por conta própria.

“O Elias não é o monstro que foi apresentado para a sociedade. Na época, ele foi identificado como um dos nomes da criminalidade daquela região. A sociedade queria uma resposta rápida. Quando foi julgado, o Elias já tinha sido condenado pela opinião pública e pela mídia”, declarou Alexandra.

Advogados acreditam que ossada pode não ser do jornalista

Após visitar Elias na Penitenciária Federal de Catanduva (PR) na última sexta-feira, dia 17, Alexandra pretende visitar a pacata cidade de Mar de Espanha (MG) na próxima semana. A criminalista pretende localizar testemunhas que corroborem com a hipótese de que Elias Maluco estava por lá quando Tim Lopes foi capturado e executado.

Segundo a advogada, Maluco visitava o irmão, o tio, o primo e outros parentes na cidade com pouco mais de 12 mil habitantes que fica próxima à divisa com o estado do Rio de Janeiro. "É uma cidade muito pequena e com sinal fraco de telefone. O Elias não teria como ordenar o crime nessas circunstâncias”.

Além disso, a defesa também pretende intimar um dos réus do caso, que estava próximo ao local em que Tim foi capturado. Entretanto, a identidade dessa testemunha ainda é mantida em sigilo. O chefe de investigação da Polícia Civil, que na época estava encarregado das investigações e, que, foi afastado do caso, também deve ser ouvido.

Os advogados acreditam que serão capazes de comprovar que as ossadas encontradas em um cemitério clandestino possa não pertencer ao jornalista. Se isso puder ser provado, o grupo entende que podem pedir a anulação do processo.