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Notícias / Mundo

Após levar para casa, Trump devolve cartas enviadas por Kim Jong Un

Indo contra as leis dos Estados Unidos, o ex-presidente americano levou caixas de documentos para sua casa

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 08/02/2022, às 15h21

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Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un (2019) - Getty Images
Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un (2019) - Getty Images

Donald Trump, ex-presidente americano eleito em 2016, envolveu-se em nova polêmica com um dos órgãos do governo após sua saída da presidência. Na última segunda-feira, 7, o jornal The Washington Post revelou que representantes dos Arquivos Nacionais tiveram de ir à casa de Trump para recuperar documentos levados pelo político.

A lei dos Estados Unidos, apelidada de Lei de Registros Presidenciais, garante que qualquer presidente deve devolver cartas e documentos comerciais para o Arquivo no término de seu mandato, para preservação.

No entanto, Trump levou caixas para a sua residência na Flórida, incluindo cartas de líderes mundiais. Porém, permitindo que representantes dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos, o ex-presidente americano teoricamente devolveu as suas cartas para o governo estadunidense, com quem devem estar pós-mandato.

Dentre estas correspondências, estavam cartas do ditador norte-coreano Kim Jong Un, sobre as quais o ex-presidente havia feito piada em 2018, afirmando: “Ele me escreveu cartas lindas, são cartas magníficas. Nós nos apaixonamos”. 

No entanto, independente do conteúdo, é fundamental que os presidentes americanos devolvam tudo, de maneira a conseguir responsabilizar os políticos corretos, caso necessário. A historiadora presidencial Lindsey Chervinsky, de acordo com a cobertura do jornal Estadão, confirmou isto em entrevista.

“A única maneira pela qual um presidente pode realmente ser responsabilizado a longo prazo é preservar um registro sobre quem disse o quê, quem fez o quê, quais políticas foram incentivadas ou adotadas, e isso é uma parte importante do escopo de longo prazo da prestação de contas - além de eleições e campanhas”, apontou.

Trump também teria levado a carta que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos entre 2009 e 2017, deixou para seu sucessor. Estes documentos deveriam estar organizados nos Arquivos Nacionais desde a saída de Donald Trump no início de 2021.

Porém, ex-funcionários que trabalharam com o 45º presidente dos EUA afirmaram não acreditar que o político teria levado as caixas de documentos por algum motivo malicioso, um deles, inclusive, conecta este comportamento com o passado empresarial de Donald Trump.

“Não acho que ele tenha feito isso com intenção maliciosa de evitar cumprir a Lei de Registros Presidenciais. Desde que ele está no mundo dos negócios, ele tem sido muito transacional e provavelmente foi sua prática de longa data [que o levou a fazer isso] e não acho que seus hábitos mudaram quando ele chegou à Casa Branca”, indicou.

Não é a primeira vez

Esta polêmica com os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos não representa o primeiro embate entre Trump e os responsáveis por aquele órgão. O ex-presidente tinha o hábito ilegal de rasgar documentos oficiais e devolvê-los colados ou ainda em pedaços.

Entre as centenas de páginas rasgadas estavam os documentos que investigavam o ataque de 6 de janeiro de 2021, no qual apoiadores de Trump invadiram o Capitólio. As autoridades dos Arquivos até falaram sobre isto à France-Presse.

“Entre os documentos presidenciais recebidos pelos Arquivos Nacionais estavam documentos em papel que foram rasgados pelo ex-presidente Trump”, afirmaram.