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Notícias / Nazismo

Após polêmica de Monark, Heni Ozi Cukier fala sobre antissemitismo: 'falsa e irreal defesa de uma 'liberdade''

O deputado estadual e cientista político usou suas redes sociais para falar sobre o perigoso discurso do apresentador

Redação Publicado em 08/02/2022, às 13h01 - Atualizado às 17h26

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O apresentador Monark - Divulgação/Vídeo/Youtube/Flow Podcast
O apresentador Monark - Divulgação/Vídeo/Youtube/Flow Podcast

Após um novo episódio do Flow Podcast, internautas se indignaram com a fala do apresentador Monark, que entrevistava Tabata Amaral, PSB-SP, e Kim Kataguiri, Podemos-SP, nesta terça-feira, 8. 

Durante a conversa, Monark disse que a “esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical” e que, “as duas tinham que ter espaço”. 

“Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”, afirmou apresentador, que logo foi rebatido por Tabata Amaral.

“Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco. O nazismo é contra a população judaica. Isso coloca uma população inteira em risco", disse Amaral.

Deixando de lado a importante fala de Tabata, Monark insiste no debate e não reflete sobre o que foi dito. 

“(...) se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”, diz ele. Em seguida, o apresentador questiona: “Você vai matar quem é anti-judeu? (...) Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus]". 

Após o episódio esdrúxulo, internautas repercutiram o episódio, que se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter, sendo marcado pela indignação. 

'Coloca em risco a vida das pessoas'

Heni Ozi Cukier, deputado estadual pelo Novo, cientista político, professor, escritor e palestrante opinou sobre a fala de Monark. 

"Antes de qualquer discussão Antissemitismo, assim como qualquer discriminação, não é questão de opinião. É crime previsto no Brasil e na maioria dos países do mundo. É um crime que em casos extremos gera o extermínio de povos inteiros. Dito isso, vamos ao resto da fala do Monark", escreveu Heni.

O cientista político relembrou que 'ser antissemita não é questionar nada'. 

"Ser antissemita não é questionar nada. É achar que os judeus não devem existir. Questionar a existência de alguém não é uma convicção aceitável na política ou em qualquer debate de ideias. Isso coloca em risco a vida das pessoas, não importa se existem 1 ou 1 milhão de nazistas", continua o deputado.

Em seguida, ele fala sobre o perigo presente na fala do apresentador e o crescimento do antissemitismo mascarado como 'liberdade'. 

"O perigo do discurso do Monark no Flow reside exatamente aqui. O antissemitismo no mundo está crescendo baseado nessa falsa e irreal defesa de uma "liberdade" irrestrita e irresponsável. Ignorando que simples falas geram consequências reais, pra pessoas reais, no mundo real", finaliza o cientista político. 

Monark se pronuncia 

Após a polêmica nas redes sociais, o apresentador se pronunciou a respeito do episódio. Em um vídeo, de quase nove minutos, ele expressa que é contrário ao nazismo e vê isto como uma posição ‘criminosa, hedionda, nojenta’.

“O nazismo é algo abominável, é um pensamento ridículo, é algo que qualquer pessoa que pense ou tenha essas ideias é uma retardada mental. Na minha opinião, ela é idiota, completa imbecil, é uma pessoa que tem ser educada para que deixe de pensar dessa forma. A gente não pode mais aceitar hoje na nossa sociedade esse tipo de pensamento, criminoso, hediondo, nojento”, afirmou.

Porém, Monark defende o que disse sobre a legalização de um partido nazista, dizendo que é a favor de sua própria versão da liberdade de expressão. Na sua visão, todos deveriam poder dizer o que quiserem, pois assim é mais fácil identificar quem é ‘idiota’.

“Minha ideia de liberdade de expressão é que o cara fale que ele é idiota para que a gente possa saber quem é idiota e possa educar essa pessoa, ou, se for possível, se afastar dessa pessoa. E, se ela estiver cometendo algum crime, punir. É muito mais fácil descobrir quem ela é se a gente deixa ela falar”, posicionou-se.

Além de desculpar-se e retratar-se, afirmando que “estava bêbado ”, o youtuber criticou a suposta ‘cultura do cancelamento’, colocando-se acima das críticas nas redes sociais pois o programa é, em suas palavras, um dos únicos na atualidade que abre conversas com todos dos diversos espectros políticos.

"Essa cultura de cancelamento está um pouco absurda. Eu simplesmente não consigo mais ter conversas no meu programa. Vocês têm que entender que estou lá há quatro horas conversando com pessoas sobre os assuntos mais delicados e complexos que a gente pode falar na nossa sociedade", refletiu.

Em outra parte do vídeo, o apresentador pediu desculpa diante da repercussão nas redes sociais. 

“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, explicou Monark em vídeo divulgado nas redes sociais.

Monark continua e pede compreensão.

“Mas peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa e eu estava um pouco bêbado. Fui insensível, sim, fui insensível e errei na forma como eu me expressei. Dá a entender que eu tô defendendo coisas abomináveis, é uma merda, errei pra caralho. Peço compreensão de vocês e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível e não foi a minha intenção. Convido os representares dessa comunidade para vir conversar comigo e explicar em sobre toda a história. Obrigado”, disse ele.