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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos analisam intrigante osso de cervo esculpido há 51 mil anos

Descoberto em 2017, o fragmento remonta à Idade do Gelo e pode indicar que neandertais tinham curiosas habilidades artísticas

Pamela Malva Publicado em 07/07/2021, às 16h00

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Fotografia do osso de cervo esculpido - Divulgação/ V. Minkus/ NLD
Fotografia do osso de cervo esculpido - Divulgação/ V. Minkus/ NLD

Na última segunda-feira, 05, a revista científica Nature Ecology & Evolution publicou a descoberta de um artefato surpreendente. Trata-se de um fragmento de osso de cervo esculpido por um neandertal há cerca de 51 mil anos, segundo a Revista Galileu.

De acordo com a revista científica, o fóssil foi encontrado em uma caverna na Alemanha central. Chamada de Einhornhoehle ou "Caverna do Unicórnio”, a estrutura é conhecida por caçadores de tesouros como um possível cemitério de “fósseis de unicórnio”.

Na época da descoberta, em meados de 2017, os cientistas identificaram restos de um assentamento neandertal que remonta à Idade do Gelo. Além do antigo fragmento, que fazia parte da pata de um cervo, os exploradores também encontraram outros artefatos.

Identificado com datação de carbono, o fragmento foi esculpido 10 mil anos antes do primeiro Homo sapiens chegar na Europa Central. Para os arqueólogos, então, o fóssil pode indicar que os Homo neanderthalensis eram capazes de realizar atividades simbólicas — habilidade anteriormente ligada apenas aos Homo sapiens.

Esquema das marcas deixadas no osso de cervo / Crédito: Divulgação/ NLD 

“Estamos muito convencidos de que ele comunica uma ideia, uma história, algo significativo para um grupo”, explicou Dirk Leder, o líder da pesquisa, em entrevista à agência AFP. Nesse sentido, acredita-se que a escultura seria algum tipo de expressão.

Por ter pertencido a um cervo raro na região da caverna, os estudiosos acreditam que as linhas diagonais e bastante simétricas foram propositais. Nesse sentido, estima-se que o fragmento foi provavelmente fervido até amolecer para que fosse esculpido. 

“A ideia sempre foi que o grande Homo sapiens estava dando ideias inteligentes para outras espécies”, finalizou Leder. “Nos últimos anos, um punhado de artigos científicos estão defendendo a ideia de que poderia ter sido o contrário.”