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Notícias / Expedições

Arqueólogos se preparam para explorar os destroços da Expedição Franklin, o terror no Ártico

Em busca da mítica Passagem do Noroeste, a missão liderada por John Franklin terminaria em catástrofe, com a tripulação recorrendo ao canibalismo

Thiago Lincolins Publicado em 17/08/2019, às 15h37

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Imagem Arqueólogos se preparam para explorar os destroços da Expedição Franklin, o terror no Ártico

Arqueólogos canadenses estão a caminho de uma ilha próxima ao Círculo Polar Ártico, com o objetivo de analisar os destroços da insólita expedição Franklin, que terminou em tragédia no ano de 1845. 

Ao iniciarem uma viagem nos navios HMS Terror e HMS Erebus, sob o comando de John Franklin, um veterano das Guerras Napoleônicas com então 59 anos, o objetivo dos navegadores era um só: achar a elusiva Passagem do Noroeste. 

Entretanto, a aventura promissora acabou desgraça: a expedição foi avistada pela última vez em 1845. Foi apenas em 1850 que 11 navios britânicos e dois americanos encontraram os primeiros sinais da expedição: os túmulos de três tripulantes, na Ilha Beechey. Nos anos seguintes, exploradores acharam objetos dos marinheiros e ouviram relatos de inuítes, que disseram ter visto um dos navios afundar.

Ao longo dos 150 anos seguintes, mais de 90 expedições foram realizadas. Em 1980, antropólogos forenses da Universidade de Alberta, no Canadá, descobriram e analisaram os corpos de três marinheiros. Em 2014, os destroços do HMS Erebus foram encontrados a poucos quilômetros da Ilha do Rei Guilherme, assim como o HMS Terror, localizado dois anos depois. 

Agora, membros da Parks Canadá, uma agência do governo do país, contam com a ajuda de drones subaquáticos para criar mapas tridimensionais dos destroços do HMS Terror. Além disso, os pesquisadores também se preparam para explorar parte internas do HMS Erebus em busca de artefatos. 

A hipótese mais aceita hoje é que, depois da morte dos primeiros homens – provavelmente por hipotermia, intoxicação ou doenças como pneumonia e tuberculose –, a tripulação decidiu abandonar os navios e percorrer cerca de 1.600 quilômetros em direção ao posto comercial mais próximo.

No entanto, mesmo os inuítes evitavam aquela área, porque a comida era escassa. Todos morreram antes que conseguissem completar sequer um quinto do caminho.

Para se ter ideia da dimensão da tragédia, os pesquisadores envolvidos na descoberta encontraram marcas de cortes em vários dos ossos dos tripulantes, sugerindo que os homens de Franklin, famintos, se alimentaram da carne dos colegas mortos.