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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos descobrem que cidade africada era uma gigante da exportação no século 5

Localizada no norte do continente, Neapolis era uma das maiores produtoras e exportadoras de garum, um molho de peixe romano

Pamela Malva Publicado em 27/12/2019, às 07h00 - Atualizado às 08h00

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Placas de madeira que eram usadas como cartas encontradas em meados de 1970 - Wikimedia Commons
Placas de madeira que eram usadas como cartas encontradas em meados de 1970 - Wikimedia Commons

Durante o século 5, Neapolis, no norte da África, era um importante centro comercial. Se manteve assim, comandado pelos gregos de Cirene, até ser conquistada pelo Império Romano e transformada em um porto.

Hoje, acima dos restos de Neapolis, a cidade moderna de Nabeul se estabeleceu. Por isso, saber mais sobre a antiga metrópole é uma atividade complicada, já que grande parte dos objetos arqueológicos estão inacessíveis e destruídos.

Mesmo sabendo disso, Mounir Fantar, um pesquisador, descobriu diversos tanques antigos datados da época em que Neapolis ainda era um centro comercial. Suas pesquisas se iniciaram em 2017 e recentemente tiveram uma conclusão instigante.

Durante as primeiras descobertas, Mounir teorizou que Neapolis era uma das grandes produtoras e exportadoras de garum, um molho de peixe favorito dos romanos. Dois anos depois, placas de pedra descobertas em Carlisle, Cumbria, confirmaram as suspeitas do pesquisador.

As peças foram encontradas durante as gravações da série britânica Ancient Mysteries, do Canal 5. Com elas, os arqueólogos conseguiram concluir que, na verdade, Neapolis era o epicentro da produção em massa do famoso molho de peixe romano.

A nova descoberta pode ser diretamente ligada às placas de Vindolanda. Durante o século 2, finas tábuas de maderia — do tamanho de cartões postais — eram usadas pelos militares romanos em campo como forma de comunicação.

Nas mais de 500 cartas nesse estilo encontradas na década de 1970, os homens pediam que seus familiares enviassem garum e outros pratos. Assim, unindo as placas de pedra e as folhas de madeira escritas a tinta de carbono, é possível traçar um paralelo entre a cidade produtora de Neapolis e os militares a quilômetros de distância.