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Notícias / Religião

Arquivos do Vaticano revelam indícios de que Papa Pio XII tinha conhecimento do holocausto

Pesquisadores finalmente tiveram acesso a documentos anteriormente trancados pela Igreja Católica

Isabela Barreiros Publicado em 05/05/2020, às 14h02

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O Papa Pio XII - Wikimedia Commons
O Papa Pio XII - Wikimedia Commons

Durante a Segunda Guerra Mundial, quem estava à frente da Igreja Católica era o Papa Pio XII. Suas ações, no entanto, são envoltas de controvérsias e ainda fazem parte de um debate histórico. Teria o Santo Papa se omitido diante das atrocidades cometidas pelos nazistas alemães ou ele estaria atuando em silêncio para evitar o pior?

Novos arquivos liberados recentemente pelo Vaticano revelam evidências de que o Pontífice tinha conhecimento dos horrores dos campos de concentração para judeus. Pesquisadores começaram a analisar os documentos recém-abertos antes do isolamento causado pelo novo coronavírus, mas já descobriram inúmeros papeis importantes.

A equipe do historiador Hubert Wolf, da Universidade de Münster, na Alemanha, foi a principal responsável pela investigação. Wolf afirma que os registros encontrados fornecem indícios de que o Papa sabia do massacre de judeus no outono de 1942.

Um relatório contendo uma testemunha ocular do “incrível açougue” dos judeus em Varsóvia foi recebido pelo assistente de Pio, o futuro Papa Paulo VI, em 18 de setembro de 1942. Ou seja, o Santo Padre provavelmente estava ciente do holocausto.

Outro registro analisado também contribui na pesquisa. Um mês antes, outro relatório informando as mesmas condições de atrocidades cometidas, dessa vez, no gueto de Lviv, também foi recebido no Vaticano. Ele havia sido escrito pelo arcebispo ucraniano Andrzej Szeptycki.

No entanto, logo depois, a conselho do Secretário de Estado do Vaticano, Luigi Maglione, o Papa declarou que não poderia confirmar notícias de crimes cometidos pela Alemanha Nazista aos Estados Unidos. Permanecendo em sua postura de neutralidade, Pio não informou aos estadunidenses sobre o que estava acontecendo na Europa.

Maglione havia declarado: "não acredito que tenhamos informações que confirmem essas notícias sérias em detalhes" porque, segundo ele, os judeus “facilmente exageram” e “realmente não são um exemplo de honestidade”.

Para o historiador líder da pesquisa, "este é um documento importante que nos foi escondido porque é claramente antissemita e mostra por que Pio XII não se manifestou contra o Holocausto".