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Notícias / Pré-História

Big Bang Levantino: Descoberta cidade pré-histórica que muda o que sabemos sobre a ocupação palestina no neolítico

Obras em uma estrada de Jerusalém revelaram uma sociedade complexa

André Nogueira Publicado em 17/07/2019, às 08h00

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Divulgação
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Arqueólogos israelenses descobriram um enorme assentamento neolítico, datado de 9 mil anos atrás, na região de Jerusalém, Palestina, próximo a Motza (Israel). O novo sítio, encontrado durante a construção de uma rodovia, pode mudar boa parte do que conhecemos sobre a presença humana no Levante palestino.

Uma grande surpresa, é a quantidade de humanos habitantes do povoado da Idade da Pedra, com aproximadamente 3.000 pessoas. A novidade põe em terra as teorias em voga: era afirmado que nessa época, o ser humano não havia chegado à região de Judéia.

A descoberta está sendo chamada de Big Bang Levantino, ou Big Bang Neolítico de Israel, revelando grandes edifícios residenciais, instalações públicas, espaços rituais e ferramentas líticas - comprovando que se trata de uma sociedade complexa.

Segundo a Autoridade de Antiguidades do Estado de Israel, é a primeira vez as escavações revelam um assentamento em larga escala na região entre o país e o remanescente palestino originário, provando a presença humana daquele lado do Rio Jordão desde o neolítico e durante a formação das sociedades sedentárias no Oriente Próximo.

"Em vez de uma área desabitada daquele período, encontramos um complexo, onde existem vários meios econômicos de subsistência, e tudo isso apenas algumas dezenas de centímetros abaixo da superfície.", afirmou Jacob Vardi, codiretor das escavações de Motza.

Foram encontradas muitas pontas de lança / Crédito: Reprodução

Também foram encontrados galpões artificiais de armazenamento com grandes quantidades de vegetais, principalmente lentilhas, além de sementes e outros alimentos. É notório o nível de conservação de alguns desses produtos. "Esta descoberta é evidência de uma prática intensiva de agricultura", afirmou Lauren Davis, arqueólogo israelense. Também foram encontrados ossos que comprovam especialização em pastoreio ovino e o abandono da caça por essa sociedade.

Por último, foram revelados túmulos mais recentes, de 4.000 anos atrás, em que foram enterrados dois guerreiros, junto a punhais e o corpo inteiro de um jumento, que pode ter sido domesticado e destinado a servir os sepultados no pós-morte.