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Notícias / Antissemitismo

Brasil registrou uma denúncia de antissemitismo por semana nos últimos 2 anos

Relatório “O Antissemitismo durante o governo Bolsonaro” indicou o aumento do antissemitismo no país

Redação Publicado em 16/08/2022, às 10h11

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Imagem ilustrativa - Divulgação/Pixabay/OpenClipart-Vectors
Imagem ilustrativa - Divulgação/Pixabay/OpenClipart-Vectors

O relatório “O Antissemitismo durante o governo Bolsonaro” indicou que o Brasil teve um aumento nos casos de antissemitismo registrados pela imprensa e redes sociais, com uma denúncia sendo feita no país por semana nos últimos dois anos.

Assinado por quatro ativistas e acadêmicos brasileiros, o documento relata 104 “acontecimentos antissemitas” no Brasil, incluindo a exibição da suástica na Câmara de Londrina, no Paraná, em 26 de outubro de 2021 e outros episódios de mesmo cunho.

Jean Goldenbaum, professor do Centro Europeu de Música da Universidade de Hanôver, na Alemanha, foi um dos coordenadores do projeto, que contou com participação de Nathaniel Braia, Leana Naiman Bergel Friedman e Charles Schaffer Argelazi, além de colaboração de Michel Gherman, coordenador do núcleo de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os pesquisadores associaram os atos antissemitas registrados desde meados de 2020 com Jair Bolsonaro na presidência do país. “Apesar da retórica oficial de ‘amor aos judeus a Israel’, ações e gestos sinalizam inequivocamente o sentido oposto”, diz o texto.

“Estes 104 episódios, que significam que tivemos um por semana nos últimos dois anos, são apenas a ponta do iceberg. Se isso é o que foi publicado e detectado, o número real é muito maior”, explica Goldenbaum ao jornal O Globo.

“Se foi registrado um por semana, é porque fugiu do controle”, acrescenta. “A maioria dos atos antissemitas passam batidos, e acontecem corriqueiramente no ônibus, no trabalho”.

“Chegou para ficar”

O texto conclui que os documentos registrados “mostram uma tendência extremamente preocupante: a exacerbação do antissemitismo em paralelo a manifestações de caráter nazifascista, inclusive por parte de postos governamentais, se espraiando de fórmica cada vez mais frequente, violenta e abjeta pelo país”.

“Esse relatório poderia ter muitas entradas e relatos sobre antissemitismo, mas sem encostar no neonazifascismo, mas o que vemos no Brasil é um crescimento do antissemitismo dentro da esfera neonazifascista, que foi legitimada por Bolsonaro”, destaca Goldenbaum.

Os pesquisadores ressaltam ainda que o projeto tem como objetivo atualizar a base de dados sobre antissemitismo no país e continuar monitorando a questão no Brasil já que afirmam que “ele chegou para ficar e não podemos baixar os braços”.

O texto deve ser apresentado hoje, 16, às 19h, na Sala Prestes Maia, da Câmara Municipal de São Paulo, na capital paulista.


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