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Notícias / Múmia decapitada

A cabeça de múmia decapitada descoberta em um sótão na Inglaterra

Com pelo menos 2 mil anos, o artefato passou por uma tomografia computadorizada que revelou informações importantes sobre a antiga egípcia

Redação Publicado em 30/07/2022, às 10h46 - Atualizado em 02/02/2023, às 17h19

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Cabeça de múmia passando por TC na Inglaterra - Divulgação/Youtube/The Independent
Cabeça de múmia passando por TC na Inglaterra - Divulgação/Youtube/The Independent

Moradores de uma casa situada no condado de Kent, Inglaterra, se surpreenderam ao se depararem com uma cabeça decapitada em seu sótão. Não, não se tratava de um assassinato moderno, e sim de um corpo egípcio mumificadopelo menos 2 mil anos.

O artefato foi revelado à comunidade científica em 2020, após ser descoberto pela família da cidade de Ramsgate durante uma limpeza feita na residência depois da morte de um de seus membros.

Dentro de uma caixa de vidro, não contando com nenhum envoltório ou sequer corpo restante, a cabeça mumificada foi levada pelo irmão do homem até os Museus e Galerias de Canterbury para que pudesse ser analisada — afinal, intrigou os habitantes da casa.

Mas como um pedaço de história do Egito foi parar em um sótão de uma casa no interior da Inglaterra? A família acredita que a cabeça tenha sido trazida como lembrança do Egito durante o século 19 até o Reino Unido e, então, dada de presente ao proprietário da residência no começo do século 20.

Como a peça havia sido levada aos museus, não demorou muito para que as pesquisas fossem iniciadas. Nesta semana, foram divulgados os resultados dessa investigação, que revelaram informações importantes sobre a pessoa que viveu no Egito Antigo.

Raio-x e tomografia

Raio-x da cabeça da múmia encontrada na Inglaterra / Crédito: Divulgação/Youtube/The Independent

Cientistas da Canterbury Christ Church University, localizada no mesmo condado inglês onde a descoberta foi feita, submeteram a cabeça decapitada da múmia à exames de raios-X e a uma tomografia computadorizada para entender detalhes dela.

Segundo explicou James Elliott, radiologista sênior da Maidstone e Tunbridge Wells NHS Trust, conforme repercutido pelo Yahoo! News internacional, a mumificação era uma “prática comum” no Egito Antigo, mas o avanço da tecnologia de tomografia computadorizada, por exemplo, pode revelar as minúcias das tradições egípcias do passado.

A varredura fornece uma enorme quantidade de informações — tudo, desde status dentário, patologias, método de preservação, além de ajudar nossas estimativas de idade e sexo”, destacou.

Com os dados obtidos pelas análises de raios-x, foi possível descobrir que a múmia provavelmente era de uma mulher adulta com dentes desgastados que sugeriram uma alimentação à base de grãos, bastante comum na época.

Já a tomografia computadorizada permitiu que os pesquisadores desvendassem o interior do crânio, o que não seria possível a olho nu. Na narina esquerda e no canal espinhal, por exemplo, estavam inseridos tubos de material desconhecidos.

Ainda não há certeza sobre se os objetos foram colocados durante os tempos egípcios, quando a mulher foi mumificada há cerca de 2 mil anos, ou mais tarde, já que a cabeça permaneceu “desaparecida” por um longo período.

Também foi possível entender que a mulher provavelmente sofria de aterosclerose — em um caso tão grave que teve muitas de suas artérias afetadas pela doença. Ela também teve seu cérebro removido após morrer e teve seu corpo preservado como foi encontrado pelos embalsamadores, tendo sido descoberta horas depois da morte.

Reconstrução da múmia

A expectativa dos cientistas é recriar o rosto da misteriosa mulher que viveu no Egito Antigo para que possam recriar sua história. A cabeça já está sob preservação da conservadora arqueológica profissional Dana Goodburn-Brown ACR.

Planejamos usar os dados de escaneamento para criar uma réplica tridimensional da cabeça e uma possível reconstrução facial para permitir um estudo mais intensivo sem expor o artefato real”, explicou Elliott.

Ritchie Chalmers, chefe dos serviço clínicos da universidade, completou: “É ótimo ver como a tecnologia moderna pode ajudar a dar vida à história antiga. Eu, junto com o resto da confiança, estou ansioso para descobrir o que a tomografia computadorizada revela.”