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Notícias / Nazismo

O começo do fim: Há 61 anos, Adolf Eichmann era capturado na Argentina

Um dos membros mais infames do Partido Nazista era detido neste dia, em 1960, em Buenos Aires; o que se seguiu foi um julgamento turbulento e a busca de Israel por justiça

André Nogueira Publicado em 11/05/2020, às 07h00 - Atualizado às 00h00

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Adolf Eichmann em seu julgamento - Wikimedia Commons
Adolf Eichmann em seu julgamento - Wikimedia Commons

Adolf Eichmann foi um burocrata nazista responsável pela articulação da SS para a Solução Final, que levou ao quase extermínio dos judeus da Europa. Depois da derrota do Reich, Eichmann fugiu de Berlim, passando por diversos países até chegar à Argentina, onde se refugiou com nome falso e viveu anos de sua vida. Porém, um grupo de judeus sobreviventes colocou sua cabeça no alvo de suas buscas, assim como a de outros nazistas fugitivos.

A Mossad, agência de espionagem e inteligência do Estado de Israel, passou a comandar as buscas. O primeiro passo para a captura do nazista foi uma carta de 1953, em que o sobrevivente Simon Wiesenthal descobriu que o fugitivo fora visto em Buenos Aires. No ano em que o pai de Eichmann morreu, fotografias entregues à Mossad revelaram imagens de familiares do alemão.

A família Hermann também foi importante para a procura. O chefe Lothar tinha contatos com autoridades alemãs a quem informava dados revelados pela filha Sylvia, que começara a namorar um jovem de sobrenome Eichmann que se gabava de um pai que lutara pela Alemanha na guerra. Em missão de busca na casa de Klaus, o namorado, Sylvia se encontrou pessoalmente com Adolf Eichmann, que se dizia tio do garoto.

Eichmann na época da guerra / Crédito: Getty Images

Lothar, Fritz Bauer (governado de estado alemão) e Isser Harel (chefe da Mossad) começaram a se comunicar para uma vigilância da casa, principalmente depois que informações se contradisseram: Adolf dizia ser tio de Fritz, mas o jovem o chamou de pai.

Investigações demoraram, mas conseguiram comprovar a identidade de Eichmann. Então, deu-se início à organização de um plano de captura do nazista, pois a Argentina, com um governo autoritário, não costumava aprovar extradições de seus refugiados alemães. Com participação direta do primeiro-ministro israelense, os projetos de captura se intensificaram a partir do final de abril de 1960, e em maio, Harel viajou para Buenos Aires.

Então, uma equipe foi montada sob comando de Rafi Eitan. Sua operação ocorreu nas proximidades da casa do nazista na rua Garibaldi, em San Fernando. Acompanharam a rotina do alemão para traçarem uma rota e confrontarem rapidamente Eichmann. Com base no horário usual de retorno do nazista do trabalho, eles montaram tocaia (que quase foi cancelada depois que Eichmann atrasou). Peter Malkin, agente da Mossad, então abordou o fugitivo.

Eichmann tentou evitar o agente, com medo. Malkin perguntou se o alemão tinha um momento, ele desviou e então mais dois agentes o abordaram, derrubando-o no chão e o colocando num carro, vendado. Ele passou dias em um alojamento secreto da Mossad até que foi extraditado para Israel, onde foi julgado, condenado e executado por sua colaboração nos crimes do nazismo.

Apesar de bem-sucedida, é importante notar que a captura de Eichmann pela Mossad foi uma ação essencialmente ilegal, pois Israel não tinha jurisdição sobre um cidadão alemão na Argentina. Assim, ao invés de recorrer a instancias internacionais legítimas, o país decidiu encabeçar uma busca vingativa que foi aceita por conta da derrota dos nazistas na guerra, mas que diplomaticamente é considerada absurda. Entretanto, Eichmann não era nada inocente.


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