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Notícias / Brasil

Caso Henry: Em carta, Jairinho dá sua versão

No documento escrito à mão e enviado com exclusividade para o UOL, o ex-vereador fala dos últimos momentos do menino

Pamela Malva Publicado em 01/01/2022, às 11h00

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Doutor Jairinho em entrevista - Divulgação / Jornal da Record
Doutor Jairinho em entrevista - Divulgação / Jornal da Record

Há quase nove meses, o ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Jairinho, foi preso acusado de matar seu enteado, Henry Borel, de 4 anos. Agora, com exclusividade ao UOL, ele narrou os últimos momentos do menino em uma carta escrita à mão — o conteúdo da correspondência foi publicado pelo veículo na última sexta-feira, 31.

No documento, que conta com seis páginas, Jairinho não apenas dá sua versão sobre o caso, como ainda afirma que Monique, a mãe de Henry, nunca acusou o ex-vereador da morte do menino. A carta, nesse sentido, segue a estratégia de defesa do acusado, que afirma ser inocente, apesar de não explicar o que de fato aconteceu no dia da tragédia.

Ainda que os laudos periciais apontem 23 lesões no corpo de Henry, por exemplo, Jairinho afirma que "se não houve lesão, não houve agressão, isso foi visto por todos”. O ex-vereador, inclusive, questiona a veracidade dos documentos da investigação.

Além da carta, o UOL ainda recebeu uma versão digital do texto escrito por Jairinho. Com o título de “A carta grito de um inocente”, o documento conta com uma introdução, que compara a detenção do ex-vereador e seus últimos meses a uma 'via crucis'.

Monique e Jairinho antes da prisão / Crédito: Divulgação/ Youtube

O dia da tragédia e sua relação com Henry

Quanto ao dia em que Henry morreu, Jairinho afirma que a tortura apontada pela babá Thayná de Oliveira Ferreira — que voltou atrás recentemente — nunca aconteceu. "O resumo da tortura é, eu chego mais cedo em casa, abro a porta, ele vem correndo e diz: 'Tio Jairinho, tio Jairinho…'”, narra o ex-vereador, na carta enviada ao UOL.

Vem correndo e me dá um beijo, pula no meu colo e me dá um beijo, vai no quarto comigo, fica menos de 10 minutos e vai para a rua novamente", diz Jairinho. “Isso virou um episódio de tortura! Depois, o que a babá fala com a Monique, é coisa das duas.”

Em seguida, Jairinho reafirma sua versão de que tomou remédios para dormir e, acordado por Monique para socorrer o menino, o fez “prontamente”. "Nenhum vizinho escuta barulho algum, mesmo com os apartamentos colados um no outro!”, narrou.

Ainda sobre sua relação com Henry, Jairinho aponta que familiares, professores e profissionais próximos do garoto nunca citaram as supostas agressões sofridas pelo pequeno. “Todas essas pessoas foram categóricas em dizer que NUNCA viram nada de anormal com Henry, no comportamento em relação a mim, ao contrário, disseram que eu o tratava muito bem e ele nunca reclamou de mim!", narrou o ex-vereador.

Fotografia do pequeno Henry na piscina / Crédito: Divulgação/Leniel Borel

As investigações

Para Jairinho, os laudos do caso são contraditórios, visto que, até sua última versão, apontam características que Henry não tinha — como os olhos castanhos e o uso de fraldas, sendo que, segundo o UOL, a família afirma que o menino usava pijamas no dia.

Em momento algum no hospital, senão teriam chamado a polícia ou conselho tutelar, as médicas viram qualquer sinal de violência”, pontuou o ex-vereador. “Tanto que foi dito em sede policial e em juízo. Nenhuma das três viu qualquer sinal de lesão, nem a assistente social, que era a função dela, viu nada!"

“O delegado não tinha motivo algum para desconfiar de mim”, narrou Jairinho. “O que houve foi uma espetacularização da investigação criminal e criação de um enredo de condenação antecipada, incitando a ordem pública!" O ex-vereador deve prestar um novo depoimento em 9 de fevereiro, assim como Monique.

Após a morte de Henry, Jairinho foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha, em 6 de maio de 2021. Já Monique foi denunciada por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.